Muitos administradores formados nos últimos anos, ao discutirem o tema gestão financeira, começam, com muita razão, falando sobre o “fluxo de caixa”.
Isso está se tornando uma verdadeira obsessão.
Nos Estados Unidos, por exemplo, é comum ouvir o ditado “Cash flow is king”, ou seja, “O fluxo de caixa é quem manda.”
Mas o que é um “fluxo de caixa”?
Todas as organizações, por meio de suas atividades, geram um “fluxo de caixa”, usado para pagar credores e, no caso de empresas privadas, remunerar os proprietários.
Fluxo de caixa consiste na movimentação de entradas (receitas ou créditos) e saídas (despesas ou débitos) de numerário de uma empresa ou organização governamental.
Apesar disso, nos MBA de negócios, também é comum ouvir bons professores de estratégia empresarial alertarem seus alunos a “não deixarem o contador gerenciar sozinho suas empresas, pois uma lógica de gerenciamento que só enxergue o fluxo de caixa, esquecendo a missão, destrói qualquer organização, seja ela uma empresa ou um órgão de governo”.
Isso quer dizer que o “fluxo de caixa”, fundamentado apenas em preocupações contábeis de equilíbrio entre receita e despesa, ou na garantia de lucro, não pode ser o ponto de partida a nortear todo o planejamento das organizações, principalmente em organizações públicas e de saúde.
Assim, além da preocupação com o gerenciamento das finanças cotidianas, é preciso manter o foco nas preocupações estratégicas de longo alcance.

Na área da saúde, a administração financeira deve preocupar-se em garantir não apenas condições para a operação diária da organização, mas também em viabilizar projetos futuros, afinados com a missão organizacional.
Nas organizações públicas, os recursos financeiros são, essencialmente, uma forma de adquirir os meios necessários para viabilizar as operações (que incluem pessoal, material, know-how e informação, ou compra de serviços, já prontos, de terceiros) e investimentos.
No caso de empresas privadas, os recursos financeiros são, também, o meio de remunerar o investimento de proprietários e acionistas.
Em qualquer caso, a administração financeira é um locus privilegiado para planejar com racionalidade as ações de uma organização de saúde.
Usar recursos financeiros com inteligência pode significar administrar todos os demais recursos da organização de forma mais eficiente e efetiva.

Entretanto, é válido afirmar que, mesmo que a gestão dos recursos financeiros seja excelente, isso não garante uma operação eficiente.

Por outro lado, uma administração financeira precária tem, sistematicamente, repercussões negativas sobre as operações e os resultados de uma organização, seja ela uma empresa ou um país.

Se nas organizações privadas a administração financeira é uma competência central para o sucesso, também o SUS passou a exigir o desenvolvimento de novas competências nessa área, para a negociação de transferência de recursos e o gerenciamento de contratos com prestadores públicos e privados.
Este módulo está organizado em cinco temas:
Para iniciar o estudo deste módulo, siga para o Tema 2.1. O financiamento da saúde.
Já se tornou quase uma regra dizer que saúde não tem preço, mas tem custo.
A produção de serviços de saúde representa uma atividade econômica que, como qualquer outra, tem um custo, coberto por algum tipo de gasto da sociedade.
Esse gasto social pode ser público ou privado.
O gasto público ou coletivo é efetuado mediante financiamento do governo, através do recolhimento de impostos, taxas e contribuições, e intermediado por agentes, como o ministério ou as secretarias de saúde, que costumam ter autonomia para decidir sobre as formas de aplicação desses recursos.
Também é considerado gasto público aquele intermediado por seguros coletivos obrigatórios por lei, vinculados a sistemas de previdência pública com previsão de cobertura para atenção médica – o equivalente ao antigo Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS), no Brasil.
O gasto privado é representado pelo desembolso direto das famílias ou por desembolsos feitos por empresas como parte de “salários em espécie” (benefícios tais como pagamento parcial ou integral de planos de saúde, reembolsos de consultas médicas ou medicamentos etc.).
A Organização Mundial de Saúde estima que foram gastos com atividades de atenção à saúde, em todo o mundo, 6,9 trilhões de dólares em 2011.
O Gráfico 1 mostra a distribuição destes gastos, segundo fontes de financiamento. Para ver mais detalhes sobre as porcentagens de cada tipo de gasto, segundo o segmento de renda dos países, passe o cursor do mouse sobre as barras do gráfico.
Já a Figura 1 mostra a distribuição desses gastos, segundo o percentual em relação ao PIB.

Para saber mais, acesse os documentos indicados abaixo, disponíveis na Biblioteca do curso:
A gestão do SUS (Capítulo 3). Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: Conass, 2015.
Financiamento da saúde: Brasil e outros países com cobertura universal. Nota Técnica n. 012, de 2013 – Conof/CD.
Organização Mundial de Saúde (OMS): Guia de Estudos. Sinus, 2014.
Há muitas controvérsias sobre a distribuição e participação dos gastos públicos e privados em saúde no Brasil.
Um estudo sobre a distribuição do financiamento público e privado, a partir de dados da PNAD – 1998, realizado pelo Laboratório de Economia Social do Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política – LES/PUCSP, São Paulo-SP, mostrou a seguinte situação no Brasil:
Entretanto segundo dados do Conass, o gasto em saúde no Brasil, em 2011, correspondeu a 8,9% do PIB, sendo 45,7% deste valor correspondente a gastos públicos, valor muito inferior ao dos países que têm sistemas públicos universais e também dos Estados Unidos da América, da Argentina, do Chile e do México.
Os 54,3% restante do gasto em saúde corresponde a valores privados (desembolso direto das famílias e indireto através do pagamento de planos de saúde e outros benefícios intermediados por empresas empregadoras).
O artigo “Gastos público e privado com saúde no Brasil e países selecionados” (FIGUEIREDO et al., 2018) indicou que, em 2014, o Gasto Privado em Saúde das Famílias foi de 4,5% do PIB e que o Gasto Público em Saúde foi de 3,9% do PIB.

Caso se interesse por este tema, você pode ler o artigo Gasto Privado com Saúde por Classes de Renda, de Samuel Kilsztajn e colaboradores. O texto também está disponível na Biblioteca do curso.
Caso entenda inglês ou espanhol razoavelmente bem, você pode visitar os seguintes sites:
A garantia do direito à saúde prevista no artigo 196 da Constituição Federal, e organizada por meio do SUS, exige, para sua viabilização, a disponibilidade de um montante nada desprezível de recursos financeiros.
Desde o ano 2000, o financiamento do SUS tem como marco legal a Emenda Constitucional n. 29 – EC29, de 13/09/2000, substituída posteriormente pela Lei Complementar n. 141, de 13 de janeiro de 2012, que alterou alguns artigos da Constituição Federal para assegurar os recursos para o financiamento das ações e serviços públicos na saúde.
Essas mudanças obrigam os entes federativos a aplicar o mínimo exigido de receita de impostos na saúde (para a União, recursos corrigidos pela variação nominal do PIB a cada ano; para os estados, 12% do total das receitas estaduais; para os municípios, 15% da receita), e ampliam o poder de intervenção da União nos estados que não cumpram a vinculação da percentagem da receita exigida.
Além disso, proíbe que a União retenha ou restrinja repasses atribuídos ao SUS.

Vamos encerrar o estudo deste tema com uma atividade de análise.
Gastos em saúde não são gastos opcionais para as famílias, ou seja, em geral não são uma opção e nem podem ser adiados até que tenhamos como pagá-los, como é o caso ao se comprar uma roupa nova. Não é à toa que nos países mais desenvolvidos o governo assume, em média, mais de 70% dos gastos com saúde.
Conhecer a composição dos gastos em saúde, segundo a natureza do gasto e quem financia os gastos (governo, empresas ou famílias) é muito importante para a formulação de políticas públicas de saúde.
Observe o gráfico preparado com base em dados do IBGE, que mostra a distribuição percentual dos gastos das famílias com saúde na abscissa (linha vertical), e segundo faixas de renda mensal, em salários mínimos (SM), mostradas na ordenada (linha horizontal).
Com base nos dados desse gráfico, perguntamos: Se você fosse um político, que áreas e ações você iria privilegiar? Justifique sua opção.
Digite suas ideias no espaço a seguir e, quando terminar, clique no botão Salvar. Depois, veja se você considerou, em sua resposta, os pontos destacados nos comentários.
Os gastos com medicamentos (em vermelho) são mais onerosos para famílias de menor renda mensal. Por exemplo, o aumento de recursos para a atenção farmacêutica, que vem ocorrendo há alguns anos, certamente levou em consideração o peso da aquisição de remédios nos gastos das famílias com saúde (mostrados em vermelho) e, principalmente, sobre o orçamento de famílias mais pobres, como fica evidente no gráfico.
Os gastos com serviços odontológicos são proporcionalmente menores entre as famílias de menor renda do que entre as de maior renda.
Entretanto, juntamente com o perfil dos gastos das famílias, é preciso examinar os dados de acesso a serviços, para os quais existem vários dados produzidos regularmente pelo IBGE e por outras organizações de pesquisa, como a Fiocruz.
Ao consultar esses dados, você perceberá a falta de acesso das populações mais pobres a serviços de odontologia, que faz com que adultos de menor renda apresentem graves problemas dentários.
Entretanto, como os problemas dentários não são considerados como capazes de ameaçar a vida, esses gastos vão sendo adiados. Ou seja, gastar pouco com dentista entre famílias mais pobres é função apenas da percepção de que esses são gastos que podem ser adiados.
Se o seu perfil for o de um político mais conservador, e sua base eleitoral for a classe média, você poderia achar que as famílias de maior renda estão gastando muito com planos de saúde e propor alguma forma de subsídio.
Na prática, isso já ocorre e o fato de despesas com planos de saúde poderem ser integralmente descontadas do Imposto de Renda de Pessoas Físicas corresponde exatamente a uma renúncia fiscal do governo (o governo abdica de receber impostos devidos sobre o valor pago a planos de saúde), que subsidia os gastos das famílias nesse segmento.
Se você ainda tiver dúvidas, por favor entre em contato com o tutor a fim de obter mais esclarecimentos. Caso contrário, continue seu estudo.
Com isso encerramos o estudo deste tema. Agora, você pode avançar para o Tema 2.2. Fundamentos da gestão financeira.

Estude os tópicos deste tema no Caderno de Estudo desta unidade:
Objetivos da gestão financeira
Lá você encontrará orientações para voltar a navegar neste material.

Depois de ter estudado o conteúdo deste tema no Caderno de Estudo, leia a informação abaixo e faça o exercício de classificação.
Na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), regularmente realizada pelo IBGE, são pesquisadas as despesas das famílias, consideradas como unidades de consumo. São declaradas todas as despesas realizadas por cada um dos membros da família. Entretanto, a orientação explícita fornecida às pessoas entrevistadas é de não incluir despesas com itens que façam parte de atividades produtivas ou que gerem renda para a família, que seriam equivalentes a custos de produção de empresas familiares.
Agora vamos ao exercício!
Classifique as despesas abaixo conforme os critérios indicados. Após selecionar, clique no botão Verificar respostas. Caso você acerte, o enunciado ficará marcado em verde, caso contrário, em vermelho. Você pode repetir o exercício quantas vezes desejar.
Com isso encerramos o estudo deste tema. Agora, você pode avançar para o Tema 2.3. Administração das finanças cotidianas.
A administração das finanças cotidianas pressupõe acompanhar permanentemente as entradas (receitas) e saídas (despesas) de recursos na organização – o fluxo de caixa – com um olhar atento nos gastos de curto prazo assumidos em função de celebração de contratos ou da realização de compras a prazo.
A preocupação com a dimensão estratégica da gestão financeira não deve ofuscar a importância dos gastos cotidianos que, quando mal conduzidos, têm impactos devastadores e podem culminar no não pagamento de credores ou de compromissos assumidos, e contribuem para a perda de credibilidade frente ao mercado e a parceiros.
O estrago é semelhante ao que acontece com uma pessoa física que não pague suas dívidas.
Com o tempo, fornecedores e prestadores de serviço passam, informalmente, a agregar “indexadores de risco” aos preços cotados em contratos com a organização inadimplente, para cobrir eventuais atrasos e “calotes”. Quando isso ocorre, para qualquer transação efetuada, é preciso arcar com preços muito superiores aos de mercado. O ônus que isso impõe costuma progredir como uma bola de neve.
No serviço público, a administração das finanças cotidianas equivale, em linhas gerais, à chamada “execução orçamentária”, que pressupõe receber recursos (receitas) de diversas fontes, e realizar despesas de acordo com as necessidades e, na medida do possível, conforme o que foi planejado e orçado.
Tanto nas organizações públicas como nas privadas, os repasses e receitas podem não ser os projetados, em função de faturamentos ou arrecadação fiscal inferiores ao esperado, por contingenciamentos, glosas e atrasos nos créditos.
Outro fator complicador é o fato de as operações de serviços serem muito dinâmicas em termos de:
Quando falta saldo, o orçamento pode ser alterado para incluir créditos adicionais (no caso de organizações públicas, créditos suplementares, autorizados por decreto executivo; créditos especiais, alocados por lei do Legislativo; e créditos extraordinários, para cobrir despesas urgentes e não previstas no orçamento).
No caso de empresas, pode-se recorrer a empréstimos bancários, por exemplo.
Entretanto, todo crédito tem limites.
A dinâmica geral do gerenciamento das finanças cotidianas compreende três momentos:
A programação financeira define o cronograma de desembolso em função:
A programação de cronogramas pode ser duramente afetada por contingenciamentos, que são cortes na previsão orçamentária em função de arrecadação inferior ao esperado.
Todos os recursos alocados ao SUS são definidos pela Lei orçamentária anual.
Esses recursos comportam aportes federais, estaduais e municipais obrigatórios para a saúde, além de outros definidos nos orçamentos e transferidos à tesouraria de uma conta central do órgão de finanças, através de cotas (duodécimos, por exemplo, são muito usados), repasses e sub-repasses.
Como já vimos, a regularidade dos repasses vale ouro, pois permite um planejamento financeiro mais consistente.
Enquanto as empresas privadas têm autonomia para definir como vão pagar os seus gastos, comprar material, contratar pessoal e serviços, nos órgãos públicos a realização de despesas é um procedimento altamente regulado, regido pela Lei n. 8.666 ou Lei das licitações, e isso pode ter impactos na sua agilidade financeira e operacional.
Somente em algumas situações especiais uma sistemática mais sumária de realização de despesas (suprimento de fundos) pode ser utilizada na administração pública. Essa exceção vale apenas para despesas de pequeno valor que não possam aguardar o processamento normal pela execução orçamentária.
O suprimento de fundos consiste na entrega de recursos a um servidor que efetua as despesas necessárias, prestando contas posteriormente ao órgão competente.
Em geral, o responsável por autorizar despesas em organizações públicas é denominado ordenador de despesas.
É ele quem tem autoridade legal para realizar atos que resultam em reconhecimento de dívida por parte do poder público, e competência para emitir empenhos, autorizar pagamentos, conceder adiantamentos, suprimentos de fundos ou dispêndio de recursos pelo órgão pelo qual responde.
A realização da despesa no serviço público envolve três etapas:
Empenho é a obrigação da reserva prévia de crédito para realizar qualquer pagamento futuro. Ou seja, qualquer despesa deve ser necessariamente precedida dessa reserva. A dedução do valor da despesa do saldo disponível de dotação orçamentária é comprovada pela nota de empenho, retirada pelo fornecedor ou prestador do serviço. Somente a partir desse momento ele está autorizado a fornecer o produto ou prestar o serviço previsto nas especificações da licitação.
O pagamento é a última fase da despesa e consiste na quitação de despesa contraída com o credor, mediante a emissão de uma ordem bancária.
A liquidação é a comprovação de que o credor cumpriu todas as suas obrigações contratuais, ou seja, entregou os produtos especificados na licitação que venceu nas condições exigidas, ou prestou os serviços especificados de forma satisfatória. Este estágio compreende, portanto, desde a atestação da nota fiscal pelo funcionário que verificou e conferiu a entrada do bem ou prestação do serviço até o reconhecimento da despesa. Somente após o cumprimento de todos os procedimentos de verificação, a unidade autoriza o pagamento.
Como vimos anteriormente, o SUS é financiado por repasses das três esferas de governo, com pisos mínimos definidos pela Lei Complementar n. 141, de 13 de janeiro de 2012, sendo que, cada vez mais, os municípios vêm assumindo obrigações gerenciais e financeiras na saúde pública.
Ainda assim, os repasses de recursos federais para o financiamento do SUS equivalem a quase metade do gasto público com saúde, o que significa uma preocupação importante na administração financeira de estados, municípios, e prestadores privados e filantrópicos conveniados ao SUS.
A Portaria n. 699/GM, de 30/03/2006 (Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão), reforça, ainda mais, essa noção e estabelece que a transferência de recursos deve estar vinculada a metas assistenciais, preferencialmente à produção de serviços.
Define, também, blocos de financiamento, que aglutinam repasses fixos e variáveis, que, anteriormente, estavam fragmentados em várias contas e “rubricas”, que dificultavam e “amarravam” a execução orçamentária.

Leia o texto da Portaria n. 699/GM, de 30/03/2006, disponível na Biblioteca do curso.
Indicamos também a consulta ao Manual: Mudanças no financiamento da saúde, disponível na biblioteca da unidade.
Os blocos de financiamento definidos para custeio das ações do SUS são:
A portaria prevê, entre outras medidas, a elaboração de um Termo de Limite Financeiro Global por cada município, de preferência por bloco de financiamento, que discrimine receitas federais, estaduais e próprias destinadas a cada segmento da atenção.
O gestor financeiro do SUS, em âmbito federal, é o Fundo Nacional de Saúde (FNS), que repassa os recursos para as contas de fundos estaduais e municipais.
O Ministério da Saúde credita os recursos na conta dos fundos e disponibiliza arquivos de processamento do sistema SIH/SUS no MS-BBS.
As situações em que há previsão de suspensão dos repasses financeiros pelo FNS aos estados ou municípios incluem:
O site do FNS permite consultar pagamentos (últimos pagamentos efetuados pelo fundo) e portarias pertinentes para a gestão financeira de entes federativos ou unidades assistenciais vinculadas ou conveniadas ao SUS.

Vamos realizar uma atividade de aplicação prática.
Suponha que você seja o gestor de uma secretaria municipal de saúde. Você observa que os recursos federais destinados às ações de vigilância em saúde não estão sendo repassados há três meses, e que você adquiriu material para a vigilância nesse período, cujos empenhos já estão nas mãos dos fornecedores.
O que você precisa verificar?
Digite suas ideias no espaço a seguir e, quando terminar, clique no botão Salvar. Depois, veja se você considerou, em sua resposta, os pontos destacados nos comentários.
Esperamos que você tenha considerado verificar, no mínimo, os seguintes pontos:
Se você tiver estruturado algum outro raciocínio, ou tiver alguma dúvida, entre em contato com o tutor a fim de obter mais esclarecimentos.
Caso contrário, continue os seus estudos.
Com isso encerramos o estudo deste tema. Agora, você pode avançar para o Tema 2.4. Ferramentas da administração financeira estratégica.

Estude os tópicos deste tema no Caderno de Estudo desta unidade:
Em seguida, volte para este material para realizar as atividades complementares e concluir o estudo deste tema.

Depois de ter lido o conteúdo do Tema 2.4, você deverá efetuar, agora, uma avaliação simplificada de custos e benefícios de uma ação de saúde.
Leia atentamente o caso abaixo:
Programas de distribuição de medicamentos podem ser uma boa estratégia de dispensação domiciliar de medicamentos para pacientes hipertensos e diabéticos, por exemplo. Após a inscrição de pacientes controlados no Programa, um sistema informatizado providencia e acompanha a entrega domiciliar, pelos correios, de medicamentos anti-hipertensivos e hipoglicemiantes orais aos pacientes inscritos em programas como esse.
Assim, o paciente não precisa ir ao posto de saúde apenas para buscar medicação. Busca-se, com isso, facilitar o controle tensional e/ou glicêmico pela maior adesão ao tratamento, possibilitar o aumento da cobertura nas populações-alvo, reduzindo o abandono de tratamento e, a longo prazo, diminuindo a morbimortalidade cardiovascular e cerebrovascular.
Para avaliar se o programa cumpre seus objetivos e se vale a pena mantê-lo, é preciso definir parâmetros assistenciais, operacionais e de custo, e compará-los, ao longo de um período de tempo “x”, com as formas alternativas de dispensação de medicamentos (buscar no posto ou comprar na farmácia popular, por exemplo).
Relacione alguns parâmetros assistenciais, operacionais e de custo (pelo menos um de cada) que você poderia definir para avaliar se vale a pena manter o programa.
Digite suas ideias no espaço a seguir e, quando terminar, clique no botão Salvar. Depois, veja se você considerou, em sua resposta, os pontos destacados nos comentários.
Assistenciais: Impacto sobre taxas de abandono do programa, impactos sobre incidência de complicações de hipertensão e diabete, satisfação, ônus financeiros impostos ao paciente pelo tempo, e despesas necessárias para buscar a medicação.
Custo: Custos adicionais com dispensação e empacotamento individualizado da medicação (embalagens, equipes específicas), custos com contratação dos correios (que devem ser comparados com os custos da dispensação dessa medicação nas próprias unidades de saúde ou com outras formas alternativas de dispensação).
Operacionais: Ganho operacional com redução das consultas com o intuito exclusivo de revalidar receitas, ganho operacional com liberação de profissionais para outras atividades.
Se você tiver estruturado algum outro raciocínio, ou tiver alguma dúvida, entre em contato com o tutor a fim de obter mais esclarecimentos.
Caso contrário, continue os seus estudos.
Com isso encerramos o estudo deste tema. Agora, você pode avançar para o Tema 2.5. Mecanismos de acompanhamento e controle financeiros.
Nas sociedades modernas, a prestação de contas é requerida em todos os níveis – pessoas físicas, pessoas jurídicas privadas e entes governamentais, sendo que cada uma dessas prestações de conta pode ter objetivos e estar sujeita a controle de órgãos de processamento específicos.
Pessoas físicas precisam prestar declarações de renda, que servem como base para estabelecer o imposto de renda devido ao Estado.
As empresas precisam prestar contas tanto ao Estado, não apenas para fins tributários, como a seus acionistas, em assembleias ou para publicação de “demonstrativos financeiros e contábeis” e “balanços patrimoniais” em grandes jornais, obedecendo à legislação.
Essa necessidade de prestação de contas vale também para órgãos governamentais, nos quais os “acionistas” são os cidadãos.
A prestação de contas é um assunto bastante complexo.
Quando os sistemas de classificação de prestação de contas não são uniformes, há margem para muita confusão. O caso da empresa americana ENRON mostra como é possível aplicar uma manipulação da lógica contábil para demonstrar falsos resultados financeiros.
Um dos objetivos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é uniformizar os sistemas contábeis de governo.
A LRF e portarias complementares dispõem sobre normas gerais de finanças públicas no âmbito dos três entes federativos e estabelecem uma classificação única da receita e da despesa a ser utilizada, pressupondo a ação planejada e transparente na gestão fiscal, prevenindo riscos e corrigindo desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.

Leia o texto da Portaria n. 699/GM, de 30/03/2006, disponível na Biblioteca do curso.
Indicamos também a consulta ao Manual: Mudanças no financiamento da saúde, disponível na biblioteca da unidade.
Em função da centralidade conferida atualmente, pelo governo, à administração financeira, existem, na administração pública, sistemas informatizados correspondentes para quase todas as etapas desse processo.
O exemplo mais conhecido é o Siafi, que acompanha a execução do orçamento público.
Podemos observar também que grande parte dos principais sistemas de informação no SUS contém informações financeiras. Esse é o caso do SIH, do SIA e do Siops, tendo este último, o mais recente, sido criado com o objetivo de reunir informações que permitam apurar despesas e receitas com saúde e o cumprimento da Lei n. 141/12 por estados e municípios.
Os sistemas gerais de gerenciamento das despesas devem ser sistematicamente alimentados, porém nem sempre são suficientes para o bom gerenciamento das especificidades locais.
No governo federal, o Siafi é excelente para a análise da movimentação de créditos e recursos, porém, incipiente no que diz respeito aos dados gerenciais e no detalhamento necessário ao acompanhamento dos processos de execução orçamentária na maioria das organizações.
Os recursos federais do SUS são transferidos aos níveis estadual e municipal com o apoio de sistemas desenvolvidos pelo DATASUS e pelo Fundo Nacional de Saúde, que estão relacionados abaixo:
À medida que uma organização atinge um determinado porte e o seu administrador percebe que não tem mais condições de acompanhar de perto todas as suas áreas, surge a necessidade de criação de novos mecanismos de controle que possam garantir que suas diversas operações continuem sendo executadas conforme o planejado.
No âmbito do governo, há dois tipos de controle:
Exercido por agentes do mesmo poder e setor, complementado por auditorias internas.
Efetuado pelos tribunais de contas (que integram o Poder Legislativo), a Auditoria Geral do Estado e, no caso específico de organizações públicas de saúde, pelo controle social.
A auditoria é um serviço de avaliação independente, estabelecido pela alta administração de uma organização, cuja função é rever e validar a atuação do sistema de controle interno (padrões de controle financeiro e controle organizacional).
A auditoria deve examinar os dados com objetividade e elaborar relatórios sobre a adequação dos instrumentos internos de controle, como contribuição para a utilização apropriada, efetiva dos recursos.
O auditor deverá obter evidências de auditoria, que sejam suficientes, pertinentes e fidedignas, para fundamentar suas opiniões, comentários, recomendações e conclusões.
As auditorias operacionais preocupam-se não apenas em saber se os recursos estão sendo usados de acordo com os procedimentos definidos para seu uso (como nas auditorias contábeis), mas também em questionar se os recursos estão sendo usados de forma eficiente e se os objetivos estão sendo alcançados.

Vamos realizar uma atividade de aplicação prática.
Suponha que você seja um auditor do Tribunal de Contas e, durante uma auditoria operacional, observa que um hospital desembolsou uma quantia muito acima da média dos hospitais de porte semelhante para a aquisição de filmes radiológicos. Perguntamos:
a) Que tipo de informação você solicitaria da direção para esclarecer melhor o fato?
b) Que fontes de informação você consideraria aceitáveis para documentar e esclarecer a situação?
Digite suas ideias no espaço a seguir e, quando terminar, clique no botão Salvar. Depois, veja se você considerou, em sua resposta, os pontos destacados nos comentários.
Se você tiver estruturado algum outro raciocínio, ou tiver alguma dúvida, entre em contato com o tutor a fim de obter mais esclarecimentos.
Caso contrário, continue os seus estudos.
Com isso, finalizamos o estudo de todos os temas do Módulo 2. Agora, você pode avançar para o Módulo 3. O gerenciamento das operações de logística de materiais em unidades de atenção em saúde.