Tópicos Módulo 2

Introdução

No Módulo 2, “Gerenciamento de operações e de recursos em hemoterapia”, discutiremos os recursos necessários para o funcionamento de uma agência transfusional, bem como as operações mais eficazes para que o produto final, a transfusão de hemocomponentes, esteja disponível para o paciente – no momento certo, na quantidade desejada e com a especificação correta.

Introduziremos alguns conceitos básicos, como por exemplo, quais as técnicas a serem utilizadas para auxiliar no planejamento de estoques, tanto de insumos quanto dos próprios hemocomponentes.

Toda a nossa operação terá como finalidade o atendimento hemoterápico de um paciente, geralmente dentro de uma unidade hospitalar. A transfusão de hemocomponentes pode ser considerada apenas mais uma operação dentre inúmeras de que o paciente irá necessitar para seu restabelecimento e pode apresentar interação com outras operações em curso no mesmo hospital, como o atendimento de urgência, a realização de procedimentos invasivos etc.

O responsável técnico pela agência transfusional, como tal, é quem deve coordenar e responder por essas operações, devendo garantir que todos os recursos sejam utilizados da forma mais eficaz e segura possível, zelando por seu resultado final.

Antes de iniciar o estudo deste módulo, procure refletir sobre suas ações ligadas ao gerenciamento de operações e recursos como responsável técnico ou busque saber sobre elas com o responsável técnico de uma agência transfusional. Tente identificar as principais dificuldades e os desafios, além de refletir sobre o modo como desenvolve essas atividades.

Com a acelerada sofisticação tecnológica das atividades de saúde nas últimas décadas – abrangendo desde sucessivas “gerações” de equipamentos de ponta até um arsenal cada vez mais poderoso e diversificado de produtos da biotecnologia e da engenharia genética – o gerenciamento de materiais/insumos e equipamentos médico-hospitalares passa a impor desafios crescentes aos gestores. Cada vez mais, a tecnologia e os materiais de saúde repercutem nos custos, na eficiência, no desempenho e nos riscos do ambiente de estabelecimentos de saúde.

Estetoscópio

Fonte: http://goo.gl/oVf4KJ

Essa realidade alia-se, de forma perigosa, a uma tradição histórica de pouca atenção à área de gestão de operações e recursos na maioria das organizações de saúde, públicas ou privadas, em nosso país, onde coexistem uma enorme carência de competência técnica e de conhecimentos e saberes gerenciais nas atividades dessas áreas.

Durante algum tempo, julgou-se que, apenas com a revisão de estruturas e funções, com a incorporação de novas tecnologias ou com a utilização de metodologias informatizadas para a coleta e o processamento de dados, as organizações (públicas ou privadas) estariam aptas a enfrentar e responder a demandas externas por mais e melhores produtos ou serviços em época de escassez de recursos. Pouco tem adiantado, no entanto, instituir novas estruturas organizacionais, e até mesmo introduzir meios informatizados sofisticados de planejamento, sem desenvolver um processo de capacitação gerencial que, fugindo das práticas tradicionais, habilite pessoal criativo e capacitado a produzir respostas tecnicamente fundamentadas, rápidas e necessárias.

Peter Drucker, um dos maiores estudiosos da Moderna Administração, considerava a gestão de organizações de saúde a mais complexa entre todas as gestões. Muito provavelmente, Drucker estava se referindo à gestão das operações dos serviços de saúde.

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Fonte: Andreasi (2017).

A operação de serviços de saúde tende a se tornar cada vez mais complexa: não só em função da diversidade de tipos de unidades produtivas, de produtos e de processos como também pela variedade de formas de organização que essas prestadoras de serviços de saúde assumem e das relações existentes entre elas.

As organizações de saúde – até pouco tempo representadas quase que exclusivamente pelo hospital e por clínicas e consultórios – são hoje integradas por poderosas indústrias de produção de insumos, que movimentam uma infinidade de interesses e enormes volumes financeiros. Cada uma dessas organizações apresenta processos de produção bastante distintos.

Clique na mensagem do celular para acessar os comentários sobre as operações em uma organização.

Gestão de operação de serviços e recursos

Na perspectiva gerencial, a produção das atividades de prestação de serviços nas organizações de saúde compreende três áreas:

Uma boa gestão de recursos e de operações pressupõe entender que as organizações de saúde são sistemas produtivos que visam à produção de ações e serviços de saúde.

Silueta

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A gerência de operações possui a função de transformar os recursos que a organização adquire ou detém em produtos.

Como?

  • Desenho das operações
  • Análise dos processos e das sequências de trabalho
  • Definição de formas de acompanhamento das operações

Para quê?

  • Aumento da eficiência
  • Aperfeiçoamento da qualidade dos serviços oferecidos

A gerência de operações é responsável pelo desenho, pela implantação e pelo acompanhamento das operações. As questões básicas às quais as gerências de operações da organização devem responder são em que local, quando e de que maneira ofertar os produtos apontados pelo planejamento.

As questões básicas às quais as gerências de recursos precisam responder são que recursos (humanos, materiais, financeiros) são necessários para produzir esses produtos e como mobilizar esses recursos.

Silueta

O responsável técnico terá de mobilizar e gerenciar os recursos necessários para a execução destas operações. A seguir, conheça mais cada uma delas.

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Gestão de recursos humanos

Foto: Fabrício Bíscaro Pereira.

O processo de trabalho dentro de uma agência transfusional pode ser visto como a interação entre o trabalho humano, os insumos e os hemocomponentes que serão compatibilizados e mediados pelos equipamentos necessários para garantir a qualidade dessa transfusão.

Para compreendermos a dimensão do trabalho humano envolvido no ato transfusional, necessitamos identificar as várias etapas para sua disponibilização, o que envolve trabalhadores com diferentes competências. Esse processo é caracterizado por uma fragmentação de tarefas em que cada trabalhador, com sua competência específica, é responsável por uma etapa do atendimento transfusional.

Para exemplificar, há o responsável pelo transporte dos hemocomponentes até a agência transfusional, o responsável pelo correto armazenamento do produto, o responsável pela realização das provas pré-transfusionais, os responsáveis pela correta instalação e pelo seguimento transfusional e, finalmente, o responsável técnico, que deve coordenar a interação entre todos os envolvidos nesse processo e garantir que todas as etapas sejam realizadas dentro de normas específicas que atendam à legislação. Esse modo de trabalho é denominado divisão técnica do trabalho.

Responsável técnico

Transporte dos hemocomponentes
Armazenamento do produto
Realização das provas pré-transfusionais
Instalação e seguimento transfusional
Fotos: Fabrício Bíscaro Pereira.

O trabalho dentro de uma agência transfusional obedece às regras universais do setor serviço e possuem como características principais:

A divisão técnica do trabalho fracionou o trabalho em tarefas parciais. Imaginemos todo o processo necessário para a realização de uma transfusão e verificaremos que o trabalho é dividido entre diferentes profissionais com inserção e capacitação diferenciadas: biomédico, técnicos de laboratório, enfermeiro e técnico de enfermagem (sem esquecer que, em alguns serviços, teremos profissionais sem atribuições específicas na área de saúde, como o motorista responsável pelo transporte e o auxiliar administrativo responsável por organizar o fluxo financeiro e de documentos da unidade). Como todos precisam atuar de forma horizontal, temos um trabalho coletivo e em cooperação.

A base técnica do trabalho dentro das agências transfusionais vem sendo ampliada com a incorporação de novas tecnologias. Considerando, no entanto, que o trabalho desenvolvido nas AT é um trabalho intensivo de mão de obra, a incorporação de novas tecnologias não substitui a força de trabalho; pelo contrário, amplia a base técnica e demanda novas atribuições.

Além dos profissionais de nível superior, com formação curricular mínima, determinada pelo Ministério da Educação e regulamentada pelos conselhos de classe, teremos também atribuições de nível técnico, que são habilitações de nível médio reconhecidas pelo Ministério da Educação que disciplina a educação profissional, e pelas diretrizes curriculares. Tais cursos são oferecidos por escolas técnicas, algumas pertencentes ao próprio Sistema Único de Saúde (SUS), como as da Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS), que definiu e coordenou o processo de elaboração e produção de material didático específico com base nas diretrizes para a formação do técnico em hemoterapia.

Recursos humanos da agência transfusional

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Gerenciamento de insumos e reagentes

A logística e o gerenciamento da cadeia de suprimentos de insumos/materiais em serviços de hemoterapia discutem todo o processo de suprimento de insumos (materiais) a partir do sistema produtivo das agências transfusionais. Neste momento, abordaremos apenas os insumos e reagentes necessários para que a agência transfusional cumpra seu objetivo, que é a transfusão de hemocomponentes. A disponibilidade dos hemocomponentes será tratada em outro tópico.

Dessa forma, vamos compreender a logística e o gerenciamento da cadeia de suprimentos a partir do sistema produtivo de uma agência transfusional, visando à qualificação dos profissionais nas novas formas de organização das operações nesse setor, incluindo saberes e conhecimentos sobre a interligação entre os quatro subsistemas da cadeia de suprimentos: planejamento, controle, compra e guarda e distribuição.

Imagem extraída do vídeo produzido pela Asfoc/Fiocruz (2017).

A logística e o gerenciamento da cadeia de suprimentos de insumos

Existem vários modelos de aquisição, distribuição e armazenamento de insumos na hemorrede. Algumas agências transfusionais – geralmente aquelas administradas pelo hemocentro regional ou pelo coordenador – já recebem os insumos necessários diretamente do hemocentro; nessas situações, as AT não têm que se preocupar com aquisições ou licitações. Como as AT, no entanto, funcionam também como um entreposto, devem saber controlar seus estoques, além de calcular seu consumo e suas necessidades mensais.

A maioria das agências transfusionais está localizada dentro de uma estrutura hospitalar, sendo apenas mais um setor para o qual o almoxarifado central tem que distribuir e realizar aquisições quando solicitado. Muitas vezes – e não é raro acontecer –, já havendo um processo de compra e distribuição instituído, o responsável técnico desconhece e não consegue obter de imediato quais são os insumos que receberá e em quais quantidades.

Lembre-se de que é atribuição do responsável técnico garantir que todos os insumos estejam disponíveis em quantidade suficiente, mantendo sempre o padrão de qualidade conforme texto da RDC Anvisa n. 34 de 2014.

A gravidade dos problemas nas operações de logística do suprimento das unidades hemoterápicas decorre, em grande parte, da ausência de identificação de seus respectivos sistemas produtivos – não há um sistema próprio de informações para o abastecimento que correlacione os produtos/procedimentos à sua produção e aos insumos utilizados nesses procedimentos.

Se o sistema produtivo da agência transfusional não é claro e transparente para todos os demais sistemas da organização, inclusive o de suprimento, não é lógico esperar que os insumos certos estejam disponíveis nos locais certos e nos momentos certos.

É racionalmente muito difícil – senão impossível – abastecer de forma satisfatória uma unidade de saúde na visão exclusiva das prateleiras das geladeiras, levando-se em conta somente alguns indicadores como, por exemplo, estoque mínimo, estoque máximo e estoque de risco, sem valorizar a informação do que a unidade realmente necessita para realizar o que faz.

A cadeia de suprimentos é composta por quatro subsistemas e engloba todas as atividades que têm por finalidade alimentar os setores produtivos de uma organização com todos os insumos necessários à sua produção: na qualidade exigida, na quantidade necessária e no momento certo. Clique para acessar os subsistemas!

Planejamento Controle

Compra Guarda e distribuição

Tópicos Módulo 2

Resumindo...

A logística da cadeia de suprimentos – de insumos/materiais de consumo – foi apresentada a você a partir de diagnósticos da realidade encontrada em nossas redes de prestação de serviços hemoterápicos, com proposição de sistemas lógicos de intervenção, que permitam a solução de problemas detectados.

Uma reflexão para finalizar o estudo que você vem fazendo sobre as atividades de sua agência transfusional: você vem desenvolvendo conhecimentos sobre processos lógicos de abastecimento, cujo produto final resulta em uma listagem padronizada de insumos e materiais.

Esses processos resultam da participação coletiva em comissões constituídas por profissionais tanto do sistema produtivo da agência transfusional, como de profissionais envolvidos nas atividades administrativo-gerenciais.

A agência transfusional ganha um sistema racional de abastecimento com instrumentos de gestão de materiais claramente definidos, podendo, inclusive, optar pela utilização da microinformática, com código de barras e leitura ótica para acompanhamento e controle de seu sistema de distribuição.

A partir daí, desabastecimentos só devem ocorrer por motivo de calamidade pública (falta de recursos financeiros, por exemplo). O restante é incompetência.

Esperamos que tenha conseguido realizar um planejamento adequado e encontrado as soluções para o desabastecimento de insumos, mesmo em situações de emergência.

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Gerenciamento de estoque e fornecimento de hemocomponentes

As agências transfusionais podem ser consideradas os verdadeiros consumidores finais de toda a cadeia produtiva, pois nelas ocorre o ato transfusional; logo, uma eventual insuficiência de estoque terá impacto direto em suas atividades. Cabe ao responsável técnico de uma agência transfusional a responsabilidade de manter os estoques em níveis adequados para suprir suas necessidades.

O responsável técnico deve conhecer a demanda específica de sua agência para que possa adequar e gerenciar seus estoques de forma segura e sem desperdício.

Alguns modelos para o cálculo da demanda hemoterápica de uma determinada agência transfusional, de acordo com o número e a complexidade de leitos atendidos, podem ser encontrados em publicações do Ministério da Saúde. Acesse o material complementar!

Material complementar

Critérios e parâmetros para o planejamento e a programação de ações e serviços de saúde no âmbito do SUS. Brasília, 2015

Selecione, abaixo, o tipo de unidade hospitalar para acessar o número de concentrado de hemácias necessárias para terapia transfusional em unidades hospitalares, por leito e ano, bem como a média sugerida.

Tipo de unidade hospitalar Total de concentrado de hemácias/leito/ano Média sugerida
UTI 3 a 5 4
Urgência e emergência
Alta complexidade
Referência

Apesar de o cálculo sugerido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS) servir como uma referência inicial, não é capaz de dar um diagnóstico situacional do uso de hemocomponentes dentro da agência transfusional. Esse diagnóstico, contudo, é fundamental para o cálculo da quantidade dos demais recursos, como insumos, equipamentos, recursos humanos e financeiros necessários para atender à demanda.

As primeiras perguntas que devem ser feitas dentro de uma agência transfusional no que se refere ao uso de hemocomponentes são:

Quanto é transfundido por mês ou por semana?

Qual a especificidade desses produtos (tipagem sanguínea e tipo de componentes)?

Cálculo do consumo de concentrado de hemácias por tipagem sanguínea

Uma maneira prática de calcular o volume transfusional é fazer o levantamento do número de componentes transfundidos por tipagem sanguínea, idealmente no período de um ano, ou das últimas 12-18 semanas, se houve alguma variação na complexidade do atendimento hospitalar.

Nos serviços mais complexos, deve-se ainda considerar a sazonalidade que pode levar a um consumo maior em determinados períodos do ano.

Tipo de componentes O POS O NEG A POS A NEG B POS* B NEG* AB POS* AB NEG* Total
Média uso mensal (U) 85 15 63 9 17 3 5 2 199
Média uso semanal (U) 21 4 16 2 4 0 1 0 48
Média uso diário (U) 3 1 2 0 1 0 0 0 7

* Para componentes com demanda diária ou semanal muito baixas, como “AB” ou “B” pode protocolar atendimento com componentes compatíveis não isogrupo, sugere-se “A” e “O” respectivamente e acrescentar esta demanda à média destes componentes.

Após o levantamento do consumo médio de hemocomponentes por grupo sanguíneo, devem-se definir os estoques que serão mantidos na agência transfusional, de acordo com a disponibilidade de transporte, a característica do serviço e a logística de envio de estoque adicional em caso de emergências ou picos de demanda. Os estoques considerados ideais são suficientes para 5 a 7 dias de demanda, sendo que estoques suficientes para menos de 3 dias são considerados críticos. Assim, no exemplo acima, deve-se manter pelo menos 16 unidades de CH A positivo, e medidas de contingenciamento ou solicitação de estoque adicional deve ser acionadas sempre que os estoques estiverem inferiores a 6 U.

Cálculo de estoque excedente

O protocolo com as medidas de contingenciamento e priorização para a transfusão, em caso de estoques insuficientes ou aumento inesperado de demanda, deve ser discutido e previamente aprovado pelo comitê transfusional. A frequência e a disponibilidade de transporte e de abastecimento também influenciam no cálculo do estoque ideal.

Uma agência transfusional abastecida três vezes por semana, por exemplo, pode manter um estoque suficiente para apenas 3-4 dias, enquanto uma que é abastecida apenas uma vez na semana deverá manter estoque suficiente para 7-10 dias. Considera-se que está havendo um gerenciamento adequado do estoque quando o estoque excedente não ultrapassa 15-30 % do total transfundido.

As taxas de descarte ou de devolução de hemocomponentes por validade podem indicar uma necessidade de readequação de estoque. Essa taxa de descarte/devolução não deve exceder em 15-30% do total de hemocomponentes transfundidos, dependendo das características e da logística de transporte de cada agência transfusional.

A atividade de transporte de hemocomponentes para fins transfusionais, geralmente, é de responsabilidade da agência transfusional, e o responsável técnico deve garantir não só a quantidade, mas também a qualidade dos hemocomponentes.

Assim, todas as caixas térmicas, inclusive quantidade de gelo, normas de montagem, identificação e transporte dessas caixas, devem estar normatizadas em protocolo do serviço e condizentes com a Portaria Conjunta Anvisa/SAS n. 370 de 07/05/2014 que dispõe sobre regulamento técnico-sanitário para o transporte de sangue e componente. (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2014).

Como alguns hemocentros recomendam que as agências transfusionais lhe reencaminhem os concentrados de hemácias com prazo de validade de até 5-7 dias para que possam reintroduzi-los em seu estoque e utilizá-los em um serviço com maior demanda transfusional, é mandatório que todas as normas da cadeia do frio para transporte e armazenamento do sangue sejam cumpridas e possam ser rastreadas em caso de necessidade. O serviço que recebe esses hemocomponentes deve manter protocolo escrito com os parâmetros mínimos de qualidade para a reintegração ao seu estoque, inclusive com realização de provas de hemólise, se necessário.

Cálculo reserva cirúrgica

Reservas cirúrgicas podem impactar na disponibilidade de componentes para transfusão, além de comprometer boa parte dos recursos em seu preparo e despreparo. Para otimizar as reservas cirúrgicas, de modo a garantir o suporte transfusional intraoperatório, sem comprometer, no entanto, a funcionalidade ou os estoques da agência transfusional, deve-se criar uma listagem com o padrão de reserva para as principais cirurgias.

Se o IPT for maior que 10%, recomenda-se a compatibilização de hemocomponentes previamente à cirurgia – existe o índice (C/T) que auxilia no cálculo do número de componentes necessários e que veremos adiante. Se o índice IPT ficar entre 1-10%, será necessária apenas a determinação da tipagem sanguínea e a Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI); se esse índice for menor do que 1%, não há necessidade de reserva cirúrgica.

Cálculo quantidade CH para reserva cirúrgica

Nos casos de pacientes muito complexos ou com anemia e/ou distúrbios de coagulação diagnosticados previamente ao procedimento cirúrgico, as reservas de hemocomponentes devem ser realizadas de forma individualizada.

Por meio da metodologia de Maximum Surgical Blood Order Schedule (MSBOS), validada e amplamente utilizada internacionalmente, podemos minimizar o estoque de CH que fica parado nas reservas cirúrgicas por 24-48 h e que, muitas vezes, não é utilizado.

O índice C:T é a quantidade de bolsas que foram compatibilizadas dividida por quantas foram efetivamente transfundidas no centro cirúrgico, por cada tipo específico de cirurgia, num determinado período de tempo. Essa razão deve ficar entre 2 e 3.

Tomemos o exemplo de uma cirurgia realizada no último mês em que a reserva consista em 1 CH. Se foram realizadas 30 cirurgias, compatibilizadas 34 unidades de CH e efetivamente transfundidas 18 unidades de CH em 12 pacientes, temos como resultado que 40% dos pacientes necessitaram de transfusão, logo é necessário que se compatibilize previamente essas hemácias. O índice C:T ficou em 1,88; portanto o padrão de 1 U está dentro do esperado, não sendo necessária a redução do padrão de reserva.

Acesse o material complementar para conhecer a sugestão de padrão de reserva cirúrgica e saber como otimizar as taxas de transfusão em cirurgias gerais eletivas.

Sugestão de padrão reserva cirúrgica

Blood transfusion policies in elective general surgery: how to optimise cross-match-to-transfusion ratios


Os baixos estoques de hemocomponentes são uma realidade frequentemente noticiada nos meios de comunicação. Agora, que você já tem as ferramentas para um gerenciamento adequado do estoque, pode verificar se a AT de seu hospital segue essas diretrizes; senão, como é feito esse gerenciamento? Há um padrão de reservas cirúrgicas? Quais as dificuldades para sua implantação? Discuta com os tutores e utilize o fórum para conhecer a experiência de outros serviços.

Tópicos Módulo 2

Gestão de equipamentos

As novas técnicas de planejamento, acompanhamento e controle, aquisição, guarda e distribuição de insumos são instrumentos gerenciais para a organização e a padronização do processo de abastecimento de materiais de consumo. Mas uma cadeia de suprimentos eficiente é responsável também pelo suprimento de materiais permanentes e pela incorporação de tecnologias de máquinas e equipamentos.

Imagem extraída do vídeo produzido pela Asfoc/Fiocruz (2017).

É necessário incluir essa concepção mais abrangente para o permanente gerenciamento de materiais e equipamentos em unidades de atenção à saúde, pois, além da modalidade de aquisição, hoje várias outras formas são permitidas pela legislação – como o aluguel, o leasing, o comodato, entre outras, e cabe ao responsável técnico garantir que os meios para a disponibilização dos hemocomponentes sejam adequados, e os resultados, sempre confiáveis.

A maioria das agências transfusionais, no entanto, conta apenas com uma equipe de manutenção corretiva e realiza aquisições de forma desordenada e sem o devido planejamento. A legislação que regulamenta a qualificação e a validação desses equipamentos é bem ampla, e cabe ao responsável técnico garantir que os meios para a obtenção do resultado final sejam adequados.

Acesse o material complementar e leia a regulamentação para qualificação e validação dos equipamentos.

RDC/Anvisa n. 34 de 2014

Portaria n. 158, de 4 de fevereiro de 2016

Sabendo das dificuldades que as agências transfusionais têm para atender às normas legais, a CGSH/MS elaborou o Guia para elaboração do plano de gestão de equipamentos para serviços de hematologia e hemoterapia e o Guia para elaboração de projetos para serviços de hematologia e hemoterapia, que serão a base para os tópicos que abordaremos aqui. Acesse esses conteúdos no material complementar.

Guia para elaboração do plano de gestão de equipamentos para serviços de hematologia e hemoterapia
Guia para elaboração de projetos para serviços de hematologia e hemoterapia

A gestão de equipamentos possibilita aperfeiçoar uso, ampliar vida útil, reduzir custos com manutenção, evitar quebras inesperadas e, consequentemente, melhorar a qualidade de todos os processos, incluindo aquisição, recebimento, instalação, treinamento, validação, manutenção, calibração e definição de vida útil.

É necessário que as responsabilidades estejam muito claras dentro da instituição que alberga a agência transfusional, que deve ser definida como um setor a ser atendido pelo gestor de equipamentos já previamente designado dentro da estrutura organizacional. O técnico de laboratório tem de saber a quem reportar uma dificuldade técnica com o equipamento e deve haver um plantão disponível para essa finalidade. Caso o hospital onde a agência transfusional esteja instalada não conte com um setor definido ou não tenha essas designações de responsabilidade devidamente formalizadas, o responsável técnico pela agência transfusional pode comunicar o fato à administração do hospital e solicitar a implantação de uma gestão de equipamentos específica para a agência transfusional. Além disso, sempre que possível, deve auxiliar na implantação dessa gestão no hospital como um todo.

Verifique se o serviço onde você atua têm uma programa de gestão de equipamentos, como ela é feita e se as responsabilidades estão bem definidas? A gestão de equipamentos é realizada em toda sua abrangência ou apenas nos escopo da manutenção preventiva e corretiva? Ao final do tópico “Gestão de equipamentos” você terá condições de avaliar se o modo como é realizado no seu serviço está adequado ou se há melhorias você pode sugerir.

A responsabilidade pelos equipamentos não cabe apenas à equipe de manutenção ou ao gestor de equipamentos do hospital, uma vez que o responsável técnico deve garantir que a equipe da agência transfusional contribua para a conservação dos equipamentos.

Responsabilidade do usuário

Foto: Fabrício Bíscaro Pereira.

Para a realização das atividades de qualificação, calibragem e conservação, a primeira providência é fazer um levantamento de seu parque tecnológico – já que não se consegue controlar o que não se conhece.

Inventário de equipamentos

Para verificar essas condições ideais de uso e funcionamento dos equipamentos, a fim de garantir a obtenção de resultados confiáveis e reprodutíveis, utilizaremos as seguintes ferramentas.

Foto: Fabrício Bíscaro Pereira.

Para melhor gestão dos equipamentos, deve-se considerar a complexidade dos ambientes e os riscos sanitários a ele associados, tanto na operação dos equipamentos quanto em suas instalações. Destaca-se, ainda, a importância da gestão eficiente do parque de equipamentos, considerando suas interações com o trabalho finalístico hospitalar, especialmente com segurança e redução de riscos e, ainda, com maior racionalidade econômica, gerando menores custos de manutenção e maior disponibilidade de recursos para a prática assistencial.

Ciente da necessidade de compreender o gerenciamento a partir da visão sinérgica de prédios, instalações e equipamentos na agência transfusional, a Coordenação Geral de Sangue lançou, em 2013, o Guia para elaboração de projetos de unidades hemoterápicas.

Esse projeto visa ao aprimoramento do material do SomaSUS, plataforma onde podem ser encontradas as estruturas básicas dos mais diversos tipos de unidades de saúde e que complementam a Resolução Anvisa n. 50, de 21 de fevereiro de 2002 e a Resolução Anvisa n. 189, de 18 de julho de 2003, que dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos de análise, avaliação e aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde. O interessante desse material foi relacionar, além da listagem de equipamentos, a interação entre as diversas áreas da unidade de saúde e propor um layout estrutural padrão.

Guia para elaboração de projetos de unidades hemoterápicas

Modelo de layout de agência transfusional

Tecnovigilância é a investigação de eventos adversos relacionados a equipamentos médicos. Os eventos podem ter como causas problemas na manutenção preventiva e/ou corretiva dos equipamentos, defeitos de fabricação ou uso inadequado do equipamento pelo profissional de saúde. Cabe à gerência de risco não só a investigação do agravo, bem como a busca de soluções para evitar ou minimizar tais adversidades por meio da tecnovigilância, regulamentada pela Resolução Anvisa n. 67, de 21 de dezembro de 2009, que dispõe sobre normas de tecnovigilância aplicáveis aos detentores de registro de produtos para saúde no Brasil (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA , 2009).

O site do SomaSUS pode auxiliá-lo com a descrição completa dos equipamentos; veja se corresponde ao encontrado em seu serviço. O layout acima retirado do Guia para elaboração de projetos de unidades hemoterápicas, do Ministério da Saúde, atualiza a versão do SomaSUS, tornando mais completa a descrição dos equipamentos.

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Gestão de recursos financeiros e fontes de receita

A formação do médico geralmente não prioriza as fontes de financiamento dentro do SUS ou dentro do sistema privado, motivo pelo qual o profissional tem de buscar esses conhecimentos em cursos de gestão, alguns na modalidade de pós-graduação, ou mesmo aprender com a prática diária quando tem de assumir cargos gerenciais.

Em geral, não cabe ao responsável técnico pela agência transfusional a função de obter os recursos para custear a atividade de sua unidade, mas certamente ele será cobrado pela equipe financeira da instituição onde se situa para que faça o “relatório do movimento para o faturamento”, e algumas vezes poderá ouvir do gestor que sua unidade (ou centro de custo) é deficitária, razão pela qual não receberá determinado equipamento ou insumo solicitado.

Você já deve ter ouvido as perguntas de algum colega médico ou mesmo familiar: “pode-se cobrar pelo sangue? Mas, afinal, quanto custa cada transfusão de concentrado de hemácias? Quem paga essa conta?” Como você responderia a essas perguntas? Ao final deste assunto, veja se consegue respondê-las de forma adequada.

Vamos partir da premissa de que o sangue e seus derivados não podem ser objeto de comércio e de que, no âmbito do SUS, caberá à agência transfusional o ressarcimento pelos módulos dos procedimentos de compatibilização e transfusão dos hemocomponentes. Nos hospitais que atendem à rede privada, também é realizado o ressarcimento dos custos operacionais, mas, ao contrário do que ocorre no SUS, este não é feito conforme os módulos vão sendo executados, mas após o ato transfusional, quando são cobrados todos os procedimentos realizados individualmente ou em “pacote” fechado, previamente negociado com os serviços de saúde suplementares, geralmente com base em uma tabela de referência como a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), por exemplo.

Imagem extraída do vídeo produzido pela Asfoc/Fiocruz (2017).

A partir dessa premissa, vamos pensar a agência transfusional como uma unidade de apoio, que, apesar da receita obtida pelos procedimentos realizados, pode apresentar um custo maior que suas despesas para permanecer funcionando dentro dos padrões técnicos exigidos, principalmente se a maioria dos procedimentos for ressarcida pela tabela SUS.

Apesar de poder funcionar como um centro de custo, com receita e despesas, esses custos devem ser diluídos proporcionalmente entre todos os setores do hospital que realizam transfusão de hemocomponentes.

gráfico de transfusõesImaginemos uma agência transfusional que, após cálculo de sua receita e suas despesas, tenha um déficit mensal de R$ 12.000,00. A administração deve diluir esse custo proporcionalmente entre as unidades que transfundem, suponhamos que 40% das transfusões ocorram no centro cirúrgico; 20%, na unidade de atendimento a urgências; 10%, na obstetrícia; 20%, na UTI e 10%, nas enfermarias. Dessa forma, o centro cirúrgico deveria acrescentar R$ 4.800,00 às suas despesas; a unidade de urgência, R$ 2.400,00 e assim por diante. Ciente de que sua unidade pode onerar toda a cadeia produtiva do hospital, cabe ao responsável técnico adotar as melhores práticas para minimizar custos desnecessários com desperdício de insumos, gerenciar seu parque tecnológico de forma a economizar com a manutenção, manter uma escala de funcionários que priorize os interesses da instituição, e não dos próprios funcionários, e garantir as informações necessárias para o correto faturamento dos procedimentos.

Nos tópicos anteriores, já discutimos as melhores práticas a serem adotadas. Aqui, vamos focar na questão do faturamento e, para tanto, discutiremos três modalidades de faturamento.

Coleta e fracionamento Faturamento dos
hemocomponentes
Transfusão
SUS
SUS
Privado
Privado
SUS
Privado
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Atividade 2 – Estudo de caso

1

Período de realização

Atividade individual

Envio de arquivo

Ao longo deste módulo, vários aspectos foram tratados sobre o gerenciamento de operações e de recursos em hemoterapia. Agora é importante refletirmos e relacionarmos o conteúdo com a prática do responsável técnico na agência transfusional. Para tanto, elaboramos um estudo de caso relacionado ao tema.

A partir desse estudo, você deve desenvolver um arquivo de texto e enviá-lo a seu tutor por meio do ambiente virtual.

Estudo de caso

Você é o responsável técnico por uma agência transfusional e é informado sobre a quebra da câmara de conservação dos hemocomponentes dessa agência, que atende a um hospital de média/baixa complexidade e possui um centro cirúrgico de baixa complexidade. Você já havia classificado a geladeira como um equipamento crítico da cadeia de frio e já existia um plano de contingência para a manutenção que deve estar pronta dentro de uma semana. Os estoques costumam ser repostos a cada três dias, com base no consumo médio descrito abaixo.

Cálculo do consumo de concentrado de hemácias por tipagem sanguínea

Tipo de componentes O POS O NEG A POS A NEG B POS B NEG AB POS AB NEG Total
Média uso mensal (U) 85 15 63 12 2 0 0 0 177
Média uso semanal (U) 21 4 16 2 0 0 0 0 43
Média uso diário (U) 3 1 2 0 0 0 0 0 6

Já havia cinco cirurgias eletivas previstas para o dia seguinte, duas RTU de próstata, duas colecistectomias e uma colectomia, para as quais foram solicitadas 2 unidades de CH como reserva cirúrgica (para cada).

  1. O padrão das reservas cirúrgicas está adequado? Como calculá-lo? (Você pode utilizar o material complementar como parâmetro)
  2. É possível que o hemonúcleo/hemocentro realize as provas de compatibilidade e atenda à demanda transfusional, de forma emergencial até o conserto da geladeira? Se sim, é importante saber informar seu consumo diário médio?
  3. De quem é a responsabilidade e como deve ser providenciado o transporte dos hemocomponentes? Existe alguma regulamentação?
  4. Quais os setores do hospital que devem ser informados do problema?
  5. Após o conserto da geladeira, qual deve ser o estoque a ser mantido nela, por tipo sanguíneo? (Considere o estoque ideal sendo o suficiente para 4-5 dias)

Sugestão de padrão reserva cirúrgica

Referências

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