
Prazo: 2 semanas (concomitante com a Atividade 6)
Produto: Atividade reflexiva (sem envio)
Na Cena 11, do Módulo 5, os profissionais de saúde iniciam as últimas ações voltadas para a retomada da situação de normalidade no município de Bandeira: as áreas isoladas voltaram a ter acesso regular, as unidades de saúde, ruas, pontes e estradas atingidas pela lama começaram a ser reconstruídas, as equipes de resposta são desmobilizadas, o COE-S é desativado, as lições aprendidas são documentadas, o PPR-S é avaliado para atualização em um futuro breve. Ou seja, o município entra na etapa de recuperação e reconstrução, a etapa final do processo de gestão de risco de emergências e desastres.
O processo de recuperação e reconstrução na gestão de risco de emergências e desastres visa à reparação da infraestrutura física e do funcionamento definitivo dos serviços presentes na comunidade. Envolve também a promoção de mudanças necessárias para a redução de riscos de desastres futuros. Para isso é necessário um planejamento com articulação intra, intersetorial e multidisciplinar para elaboração e implementação de políticas públicas.
Escute o áudio do pesquisador Carlos Machado sobre inter-relação entre as etapas de preparação para a resposta; manejo/resposta; recuperação e reconstrução.
Fonte: Adaptado de Ciotti (2018).
Neste curso, nosso objetivo é promover e aprimorar uma visão prospectiva do processo de gestão de risco de emergências e desastres no setor saúde. Para isto, priorizamos as etapas de preparação para a resposta e manejo/resposta.
No entanto, nossa escolha não reduz a importância da etapa de recuperação e reconstrução dentro do processo de gestão de risco de emergências e desastres. Pelo contrário, gostaríamos de ressaltar que recuperar e reconstruir é fundamental para que as populações afetadas retomem sua vida normal, e isso constitui um desafio complexo que requer um cuidadoso planejamento de caráter intersetorial e multidisciplinar.
O objetivo central das ações da etapa de recuperação e reconstrução não é somente reconstruir moradias e a infraestrutura danificada ou afetada pelo desastre, mas também reduzir no futuro a vulnerabilidade das regiões, fazê-las economicamente mais seguras e melhorar a segurança e a qualidade de vida. Ela inclui as primeiras semanas após o evento, é essencial identificar as áreas e atividades prioritárias que necessitam ser rapidamente recuperadas, de modo a garantir a atenção à saúde da população afetada, focando na funcionalidade dos estabelecimentos de saúde e dos programas e serviços de saúde.
No caso dos processos mais longos, relacionados à reconstrução, é essencial tornar os estabelecimentos de saúde mais resilientes a futuros desastres, reduzindo as vulnerabilidades existentes antes dos desastres e também aquelas que surgem após o desastre.
Nessa etapa ainda devem ser avaliadas as ações realizadas visando à redação das lições aprendidas e revisão do Plano de Preparação e Resposta do Setor Saúde - PPR-Saúde (você realizou esta atividade neste módulo). Ou seja, a etapa de reconstrução é uma oportunidade para fortalecer os processos e atividades de preparo e de mitigação de desastres. O enfoque de prevenção e redução de risco deve estar permanentemente acompanhando os projetos de reconstrução no setor saúde.
A etapa de reconstrução oferece uma excelente oportunidade também para realizar ajustes tanto estruturais como organizacionais que tendem a reduzir a vulnerabilidade da infraestrutura dos estabelecimentos de saúde, assim como de melhorar a efetividade dos serviços.
Além da reconstrução dos estabelecimentos de saúde seriamente danificados ou destruídos por um desastre, deve-se priorizar no planejamento da reconstrução do setor saúde outras áreas, cujo fortalecimento contribua com uma visão de futuro, com uma melhor preparação e melhor capacidade de resposta do setor saúde frente futuros desastres:
Um dos enormes desafios que confronta o setor saúde na etapa de reconstrução é a disponibilidade de recursos financeiros. Os escassos recursos que geralmente dispõe um país afetado são esgotados na resposta durante o período de emergência. Somado a isso, a instabilidade das autoridades ao nível de decisão afetam o planejamento ou implementação dos planos de reconstrução em longo prazo.
Tudo isso tem que ser pensado previamente e pode, de algum modo, ser planejado, incluído prospectivamente, para que você, sua equipe, seu município, não sejam pegos de surpresa ou com o menor número de surpresas, incertezas e riscos.
As matérias ilustram os desafios e dificuldades do Brasil em realizar ações voltadas para a etapa de recuperação e reconstrução após um desastre e/ou emergência.
Diante de tal contexto, propomos que você reflita sobre os principais desafios e fragilidades desta etapa do processo de gestão de risco no país.