
No terceiro dia de mobilização, a equipe de saúde constatou que não haviam chegado casos de intoxicação na rede de atenção do município, tampouco em municípios vizinhos. Somente duas pessoas procuraram atendimento médico com queixas de diarreia, mas os exames não indicaram intoxicação.
Davi suspeitou que se tratava então de um caso de fake news, pois as mensagens de áudio via WhatsApp não permitiam identificar quem estava relatando os sintomas, as fotos também preservavam a identidade das pessoas. Como a população estava insegura, sofrendo com todas as perdas, a confiança no poder público e na empresa mineradora estava abalada, as falsas notícias tomaram uma dimensão exacerbada, causando insegurança na população e fortes pressões no setor saúde, que estava sendo acusado de nada fazer para impedir os casos de intoxicações. No entanto, o episódio serviu como exemplo para a equipe de saúde tomar consciência da importância de estratégias adequadas de comunicação de risco em casos semelhantes.
Episódios envolvendo notícias falsas, como o descrito na Cena 8, são cada vez mais comuns em todas as áreas, causando grandes transtornos. Diante desse contexto, e visando combater as fake news sobre saúde, o Ministério da Saúde, de forma inovadora, está disponibilizando um número de WhatsApp para envio de mensagens da população. Vale destacar que o canal não é um SAC ou tira-dúvidas dos usuários, mas um espaço exclusivo para receber informações virais, que serão apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente (se são verdadeiras ou falsas). Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais, para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O número é (61)99289-4640. (http://www.saude.gov.br/fakenews)