O Curso Saúde em Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Saneamento é fruto de uma parceria entre o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (OTSS) e da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), ambos da Fiocruz. É voltado para representantes da sociedade civil e trabalhadores que atuam no SUS em municípios, áreas periurbanas, áreas rurais, comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outros) e áreas vulneráveis; pesquisadores e gestores da saúde, bem como membros da sociedade civil organizada, que atuem em áreas voltadas para a relação entre saneamento e saúde.
Assista ao vídeo de boas-vindas produzido pela coordenação do curso.
Prossiga e explore o conteúdo que preparamos, com algumas informações sobre o curso que você vai iniciar.
O objetivo geral do curso é capacitar e sensibilizar representantes da sociedade civil e trabalhadores que atuam no SUS para o tema dos territórios sustentáveis e saudáveis, com foco em tecnologias sociais para a promoção da saúde, em consonância com o Programa Saneamento Brasil Rural.
Objetivos específicos
A concepção pedagógica do curso é orientada por princípios formativos, relacionados à ecologia de saberes (SANTOS, 2010) e à pedagogia da autonomia (FREIRE, 1996), por meio dos quais os participantes (alunos, tutores-docentes e comunitários) vivenciam experiências de ensino e aprendizagem, que proporcionam desenvolver conhecimentos críticos que promovam a saúde.
A ecologia de saberes postula que as linhas cartográficas "abissais" (novo e velho mundo) permanecem constitutivas das relações políticas e culturais excludentes no mundo contemporâneo. A injustiça social global está fortemente associada à injustiça cognitiva global, e a luta por justiça social global requer a construção de um pensamento "pós-abissal". Para isso, é necessário promover o diálogo entre vários saberes visando à emancipação social (SANTOS, 2010).
A pedagogia da autonomia tem como premissas a ideia de que ensinar não é transferir conhecimento, mas, sim, respeito aos saberes do educando, à sua autonomia e ao pensamento crítico, assim como consciência de que a educação é uma forma de intervir no mundo (FREIRE, 2003).
O curso baseia-se, portanto, em:
Troca de conhecimentos e experiências com os comunitários sobre tecnologias, métodos e ferramentas de promoção de territórios sustentáveis e saudáveis.
Rompimento com a transmissão vertical de conhecimentos.
Promoção de diálogo com processos sociais, econômicos, produtivos e culturais.
Integração de práticas e saberes dos educandos, docentes e comunitários.
Com base nas experiências reais de construção de tecnologias sociais de saneamento ambiental, o curso almeja integrar prática e teoria:
Espera-se que, dessa forma, ao vivenciarem momentos e dinâmicas construtivas com as comunidades tradicionais e os técnicos envolvidos, todos possam compreender e integrar em suas práticas as ações e técnicas de promoção da saúde.
A estrutura curricular e a dinâmica do curso pretendem promover a compreensão interdisciplinar e intersetorial da saúde e seus determinantes em territórios tradicionais, incentivar o diálogo entre saberes e capacitar para o emprego de tecnologias sociais na promoção da saúde.
Saiba um pouco mais sobre os momentos pedagógicos mencionados no quadro:
Neste curso, a avaliação é prioritariamente formativa, com foco no processo de construção do conhecimento e no desenvolvimento das capacidades necessárias à atuação profissional, buscando sempre valorizar as vivências pessoais e profissionais do aluno. Vejamos alguns aspectos relevantes à sua avaliação:
As atividades propostas são consideradas chaves para acompanhar o seu desenvolvimento. São momentos reflexivos, de confronto de ideias, saberes e embates sobre determinadas questões, que possibilitam evidenciar a riqueza inerente à produção social do conhecimento.
Seu desempenho nas atividades, presenciais e a distância, receberão comentários do tutor-docente, registrados no AVA. Não será atribuída uma nota/conceito para cada atividade em particular, mas, sim, uma nota final, referente ao conjunto de produções desenvolvidas ao longo do curso, de modo a abarcar o seu processo formativo como um todo.
Para analisar seu desempenho nas atividades, e no curso em sua totalidade, serão observados os seguintes aspectos:
A sua nota final (0,0 a 10,0), lançada pelo tutor-docente no AVA, será convertida automaticamente em conceitos – A, B, C ou D –, obedecendo à equivalência estabelecida no Regulamento de Ensino da ENSP (ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA, 2015), apresentada a seguir.
Notas
Conceitos
9,0 a 10,0
A (excelente)
7,5 a 8,9
B (bom)
6,0 a 7,4
C (regular)
0,0 a 5,9
D (insuficiente)
Conforme explicado nas normas acadêmicas, você terá de alcançar, no mínimo, nota seis para obter o certificado de conclusão de curso.
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA. Regulamento de ensino da ENSP. Rio de Janeiro: ENSP, 2015.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
SANTOS, B. S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SANTOS, B. S.; MENEZES, M. P. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010, p. 31-83.
Ministério da Saúde
Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz
Presidente
Nísia Trindade Lima
Vice-Presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde – VPAAPS
Hermano Albuquerque de Castro
Coordenadores-Gerais do Programa de Desenvolvimento de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina
Edmundo de Almeida Gallo
Vagner Nascimento
Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – ENSP
Marco Antonio Carneiro Menezes
Vice-Diretora de Ensino – VDE/ENSP
Enirtes Caetano Prates Melo
Coordenador de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância – CDEAD/ENSP
Mauricio De Seta
Curso Saúde em Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Saneamento
Coordenação
Edmundo de Almeida Gallo
Pedro Assumpção Alves
Indira Alves França
Assessoria na criação e desenvolvimento de processos educativos e materiais didáticos
Fabio Peres
Ana Paula Abreu-Fialho
Assessoria na formação docente
Diogo Cesar Nunes
Maria Angélica Costa
Produção editorial
Supervisão editorial
Andréia Amaral
Desenho instrucional
Ana Paula Abreu-Fialho
Colaboração
Alda Maria Lessa Bastos
Andréia Amaral
Antônia Maria Coelho Ribeiro
Cleide Figueiredo Leitão
Diogo Cesar Nunes
Fabio de Faria Peres
Henriette dos Santos
Maria Angélica Costa
Maria Leonor de M. S. Leal
Moacyr Torres Junior
Paula Celestino de Almeida
Priscila Talita Oliveira Silva
Revisão de texto/copidesque
Alda Maria Lessa Bastos
Revisão de referências/normalização
Maria Auxiliadora Nogueira
Revisão editorial
Andréia Amaral
Identidade visual
Tiê Passos
Projeto gráfico e desenvolvimento
Rejane Megale Figueiredo
Ilustrações
Tiê Passos
Material elaborado de acordo com a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz. Os textos desta publicação podem ser copiados e compartilhados, desde que não sejam utilizados para fins comerciais, seja citada a fonte e atribuídos os devidos créditos.
ISBN: 978-85-8432-074-5
2021
Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (CDEAD/ENSP)
Rua Leopoldo Bulhões, 1480 – Prédio Professor Joaquim Alberto Cardoso de Melo
Manguinhos – Rio de Janeiro – RJ
CEP 21041-210
http://www.ead.fiocruz.br
Lutar pela igualdade
sempre que as diferenças nos discriminem;
Lutar pelas diferenças
sempre que a igualdade nos descaracterize.
Boaventura de Sousa Santos
Onde quer que haja mulheres e homens,
há sempre o que fazer,
há sempre o que ensinar,
há sempre o que aprender.
Paulo Freire