Informações sobre o curso Territórios Tradicionais - Tecnologias Sociais em Saneamento
Iniciar PDF completo
Logotipos: Fórum de Comunidades Tradicionais (Angra, Parati e Ubatuba); Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina; EAD; ENSP (Escola Nacional Sérgio Arouca); Fiocruz; SUS; Ministério da Saúde e Governo Federal
ISBN: 978-85-8432-074-5

Características

Ícone de uma tachinha prendendo um papel
  • Nível de ensino: qualificação profissional
  • Carga horária total: 140 horas, sendo previstas 80h de atividades a distância e 60h de atividades presenciais
  • Duração máxima prevista: 2 meses
  • Dedicação necessária do aluno ao curso: cerca de 10h semanais

O Curso Saúde em Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Saneamento é fruto de uma parceria entre o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (OTSS) e da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), ambos da Fiocruz. É voltado para representantes da sociedade civil e trabalhadores que atuam no SUS em municípios, áreas periurbanas, áreas rurais, comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outros) e áreas vulneráveis; pesquisadores e gestores da saúde, bem como membros da sociedade civil organizada, que atuem em áreas voltadas para a relação entre saneamento e saúde.

Assista ao vídeo de boas-vindas produzido pela coordenação do curso.

Vídeo de boas-vindas do caderno do aluno OTSS

Prossiga e explore o conteúdo que preparamos, com algumas informações sobre o curso que você vai iniciar.

Objetivos

O objetivo geral do curso é capacitar e sensibilizar representantes da sociedade civil e trabalhadores que atuam no SUS para o tema dos territórios sustentáveis e saudáveis, com foco em tecnologias sociais para a promoção da saúde, em consonância com o Programa Saneamento Brasil Rural.

Objetivos específicos

  • Capacitar os estudantes para que possam atuar e dialogar com comunidades tradicionais indígenas e quilombolas, com base numa compreensão abrangente da interrelação entre a saúde e o saneamento.
  • Promover o entendimento a respeito dos problemas relacionados à determinação social da saúde nos distritos sanitários especiais indígenas e nas comunidades remanescentes de quilombos.
  • Possibilitar a apropriação de tecnologias sociais, de forma a contribuir para o desenvolvimento tecnológico de manejo ambiental, vinculado ao controle de doenças e à promoção da saúde.
  • Discutir o saneamento básico de domicílios de pequenas comunidades, de acordo com as determinações previstas na Lei Complementar n. 141, de 13 de janeiro de 2012.
  • Estimular maior interação e diálogo com as comunidades tradicionais para a promoção da saúde, com base na ecologia de saberes.
  • Exercitar a capacidade de encontrar alternativas de saneamento para as comunidades do seu próprio território.

Proposta pedagógica

A concepção pedagógica do curso é orientada por princípios formativos, relacionados à ecologia de saberes (SANTOS, 2010) e à pedagogia da autonomia (FREIRE, 1996), por meio dos quais os participantes (alunos, tutores-docentes e comunitários) vivenciam experiências de ensino e aprendizagem, que proporcionam desenvolver conhecimentos críticos que promovam a saúde.

Galpão rústico com pessoas sentadas no chão em roda e uma pessoa em pé falando.

A ecologia de saberes postula que as linhas cartográficas "abissais" (novo e velho mundo) permanecem constitutivas das relações políticas e culturais excludentes no mundo contemporâneo. A injustiça social global está fortemente associada à injustiça cognitiva global, e a luta por justiça social global requer a construção de um pensamento "pós-abissal". Para isso, é necessário promover o diálogo entre vários saberes visando à emancipação social (SANTOS, 2010).

Galpão rústico com pessoas sentadas no chão em roda e uma pessoa em pé falando.

A pedagogia da autonomia tem como premissas a ideia de que ensinar não é transferir conhecimento, mas, sim, respeito aos saberes do educando, à sua autonomia e ao pensamento crítico, assim como consciência de que a educação é uma forma de intervir no mundo (FREIRE, 2003).

O curso baseia-se, portanto, em:

Seta superior apontando para a direita e seta inferior apontando para a esquerda

Troca de conhecimentos e experiências com os comunitários sobre tecnologias, métodos e ferramentas de promoção de territórios sustentáveis e saudáveis.

Seta apontada para baixo com um sinal de X por cima dela

Rompimento com a transmissão vertical de conhecimentos.

Ícone de dois balões de conversa

Promoção de diálogo com processos sociais, econômicos, produtivos e culturais.

Ícone de duas setas em sentido giratório, uma apontando para a palavra teoria e a outra para a palavra prática

Integração de práticas e saberes dos educandos, docentes e comunitários.

Com base nas experiências reais de construção de tecnologias sociais de saneamento ambiental, o curso almeja integrar prática e teoria:

  • a prática e os saberes de quem estão participando da formação;
  • a prática e os saberes dos comunitários, que serão os construtores das tecnologias sociais a serem implementadas; e
  • a prática e os saberes dos tutores-docentes do curso.

Espera-se que, dessa forma, ao vivenciarem momentos e dinâmicas construtivas com as comunidades tradicionais e os técnicos envolvidos, todos possam compreender e integrar em suas práticas as ações e técnicas de promoção da saúde.

Estrutura e dinâmica

A estrutura curricular e a dinâmica do curso pretendem promover a compreensão interdisciplinar e intersetorial da saúde e seus determinantes em territórios tradicionais, incentivar o diálogo entre saberes e capacitar para o emprego de tecnologias sociais na promoção da saúde. 

  • Determinação social da saúde, políticas intersetoriais e promoção da saúde
  • Saúde na Agenda de Desenvolvimento Sustentável
  • Territórios sustentáveis e saudáveis
  • Tecnologias sociais para a promoção da vida
Conheça a matriz curricular do curso
Momentos pedagógicos Objetivos Conteúdo

1 – Presencial (30h)

• Sensibilizar os alunos sobre a importância da ecologia de saberes na promoção da saúde em comunidades tradicionais.

• Promoção da saúde e o bem viver nos territórios tradicionais e territórios sustentáveis e saudáveis.

• Tecnologias sociais desenvolvidas no OTSS.

• Água como fator preponderante à promoção da saúde e conflitos da água e defesa do território.

• Apresentação da implementação de uma tecnologia social de saneamento ecológico.

2 – A distância (80h)

• Analisar o conceito de determinação social da saúde e de promoção da saúde, sob a ótica das políticas intersetoriais.

• Introduzir uma discussão sobre como as metas da Agenda 2030, relacionadas à saúde humana e ambiental, são fundamentais nos processos de determinação social da saúde e da vida.

• Conceituar territórios sustentáveis e como as políticas de promoção da saúde se inserem nos contextos das comunidades tradicionais indígenas e quilombolas, em diálogo com a Agenda 2030.

• Apresentar tecnologias sociais para a promoção de territórios sustentáveis e saudáveis e o seu diálogo com as políticas públicas intersetoriais de saneamento rural e promoção da saúde.

• Determinação social da saúde.

• A agenda de desenvolvimento global.

• Territórios sustentáveis e saudáveis.

• Tecnologias sociais para a promoção da vida.

3 – Presencial (30h)

• Promover a construção de soluções com base nas tecnologias sociais, nos campos e nas áreas de atuação dos alunos.

• Intercâmbio de soluções em tecnologia sociais propostas pelo corpo discente.

• Programa Saneamento Brasil Rural (PSBR) e tecnologias sociais.

• Intercâmbio de experiências com comunidades tradicionais da Bocaina.

Saiba um pouco mais sobre os momentos pedagógicos mencionados no quadro:

Avaliação

Neste curso, a avaliação é prioritariamente formativa, com foco no processo de construção do conhecimento e no desenvolvimento das capacidades necessárias à atuação profissional, buscando sempre valorizar as vivências pessoais e profissionais do aluno. Vejamos alguns aspectos relevantes à sua avaliação:

Ícone de uma cabeça aberta com várias engrenagens saindo de dentro

As atividades propostas são consideradas chaves para acompanhar o seu desenvolvimento. São momentos reflexivos, de confronto de ideias, saberes e embates sobre determinadas questões, que possibilitam evidenciar a riqueza inerente à produção social do conhecimento.

Ícone de check

Seu desempenho nas atividades, presenciais e a distância, receberão comentários do tutor-docente, registrados no AVA. Não será atribuída uma nota/conceito para cada atividade em particular, mas, sim, uma nota final, referente ao conjunto de produções desenvolvidas ao longo do curso, de modo a abarcar o seu processo formativo como um todo.

Ícone de uma lupa em cima de documentos

Para analisar seu desempenho nas atividades, e no curso em sua totalidade, serão observados os seguintes aspectos:

  • coerência e capacidade de argumentação na discussão das questões relacionadas ao conteúdo do curso;
  • reflexão sobre experiências e práticas, articulando-as à base teórica trabalhada, para ampliar a compreensão sobre o seu contexto de trabalho (fundamentação teórica e análise crítica da realidade); 
  • comprometimento com a execução do cronograma do curso, uma forma de expressar a corresponsabilidade e pactuação coletiva.

A sua nota final (0,0 a 10,0), lançada pelo tutor-docente no AVA, será convertida automaticamente em conceitos – A, B, C ou D –, obedecendo à equivalência estabelecida no Regulamento de Ensino da ENSP (ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA, 2015), apresentada a seguir.

Notas

Conceitos

9,0 a 10,0

A (excelente)

7,5 a 8,9

B (bom)

6,0 a 7,4

C (regular)

0,0 a 5,9

D (insuficiente)

Conforme explicado nas normas acadêmicas, você terá de alcançar, no mínimo, nota seis para obter o certificado de conclusão de curso.

Referências

ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA. Regulamento de ensino da ENSP. Rio de Janeiro: ENSP, 2015.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

SANTOS, B. S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SANTOS, B. S.; MENEZES, M. P. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010, p. 31-83.

Créditos

Ministério da Saúde

Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz

Presidente
Nísia Trindade Lima

Vice-Presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde – VPAAPS
Hermano Albuquerque de Castro

Coordenadores-Gerais do Programa de Desenvolvimento de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina
Edmundo de Almeida Gallo
Vagner Nascimento

Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – ENSP
Marco Antonio Carneiro Menezes

Vice-Diretora de Ensino – VDE/ENSP
Enirtes Caetano Prates Melo

Coordenador de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância – CDEAD/ENSP
Mauricio De Seta

Curso Saúde em Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Saneamento

Coordenação
Edmundo de Almeida Gallo
Pedro Assumpção Alves
Indira Alves França

Assessoria na criação e desenvolvimento de processos educativos e materiais didáticos
Fabio Peres
Ana Paula Abreu-Fialho

Assessoria na formação docente
Diogo Cesar Nunes
Maria Angélica Costa

Produção editorial

Supervisão editorial
Andréia Amaral

Desenho instrucional
Ana Paula Abreu-Fialho

Colaboração
Alda Maria Lessa Bastos
Andréia Amaral
Antônia Maria Coelho Ribeiro
Cleide Figueiredo Leitão
Diogo Cesar Nunes
Fabio de Faria Peres
Henriette dos Santos
Maria Angélica Costa
Maria Leonor de M. S. Leal
Moacyr Torres Junior
Paula Celestino de Almeida
Priscila Talita Oliveira Silva

Revisão de texto/copidesque
Alda Maria Lessa Bastos

Revisão de referências/normalização
Maria Auxiliadora Nogueira

Revisão editorial
Andréia Amaral

Identidade visual
Tiê Passos

Projeto gráfico e desenvolvimento
Rejane Megale Figueiredo

Ilustrações
Tiê Passos

Material elaborado de acordo com a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz. Os textos desta publicação podem ser copiados e compartilhados, desde que não sejam utilizados para fins comerciais, seja citada a fonte e atribuídos os devidos créditos.

ISBN: 978-85-8432-074-5

2021
Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (CDEAD/ENSP)

Rua Leopoldo Bulhões, 1480 – Prédio Professor Joaquim Alberto Cardoso de Melo
Manguinhos – Rio de Janeiro – RJ
CEP 21041-210
http://www.ead.fiocruz.br

Logotipos: Fórum de Comunidades Tradicionais (Angra, Parati e Ubatuba); Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina; EAD; ENSP (Escola Nacional Sérgio Arouca); Fiocruz; SUS; Ministério da Saúde e Governo Federal

Lutar pela igualdade
sempre que as diferenças nos discriminem;
Lutar pelas diferenças
sempre que a igualdade nos descaracterize.

Boaventura de Sousa Santos

Onde quer que haja mulheres e homens,
há sempre o que fazer,
há sempre o que ensinar,
há sempre o que aprender.

Paulo Freire