Informações sobre o curso Territórios Tradicionais - Tecnologias Sociais em Saneamento
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Logotipos: Fórum de Comunidades Tradicionais (Angra, Parati e Ubatuba); Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina; EAD; ENSP (Escola Nacional Sérgio Arouca); Fiocruz; SUS; Ministério da Saúde e Governo Federal
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Características

Ícone de uma tachinha prendendo um papel
  • Nível de ensino: qualificação profissional
  • Carga horária total: 100 horas
  • Duração máxima prevista: 3 meses
  • Dedicação necessária do aluno ao curso: cerca de 7 horas semanais

No Curso Saúde e Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Agroecologia vamos conversar sobre a relação da agroecologia com a promoção da saúde em comunidades quilombolas, caiçaras e indígenas, visando maior compreensão da intersetorialidade entre saúde, agroecologia e bem viver.

Será apresentada a experiência da Incubadora de Tecnologias Sociais do OTSS na Bocaina, que permitiu a melhoria da capacidade produtiva, organizativa e de articulação dos produtores agroecológicos nesse território. Como resultado desse trabalho, temos a valorização da produção da biodiversidade local, o fortalecimento de produtores agroecológicos no fornecimento para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e distribuição de alimentos agroecológicos para a composição de cestas básicas doadas a diversas comunidades tradicionais durante a pandemia.

Assista ao vídeo que explica um pouco mais sobre as premissas para a construção desta proposta de capacitação, que é fruto de uma parceria entre o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (OTSS), a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) e a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), todos da Fiocruz.

Abertura do curso de agroecologia

O curso é destinado a trabalhadores da saúde e de áreas correlatas que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS), em municípios, áreas periurbanas, áreas rurais, comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outras) e áreas vulneráveis; pesquisadores e gestores da saúde; membros da sociedade civil organizada que atuam na relação entre saúde e agroecologia. Foi pensado para contemplar alunos de diversos níveis de formação: fundamental, médio e superior.

Objetivos

O objetivo geral do curso é sensibilizar e capacitar o público para a construção de territórios sustentáveis e saudáveis, por meio de tecnologias sociais da agroecologia, visando a promoção da saúde e a sustentabilidade ambiental.

Objetivos específicos

  • Discutir a inter-relação entre  saúde e  agroecologia, de forma a contribuir para a atuação dos trabalhadores junto às comunidades tradicionais indígenas, caiçaras e quilombolas e dos próprios moradores dessas comunidades.
  • Discutir a determinação social da saúde para favorecer a análise e a compreensão dos problemas de saúde encontrados nos distritos sanitários especiais indígenas, nas comunidades remanescentes de quilombos e nas comunidades de população tradicional caiçara.
  • Promover a apropriação de tecnologias sociais de forma a contribuir para o desenvolvimento tecnológico de manejo ambiental vinculado ao controle de doenças e promoção da vida.
  • Promover maior interação e diálogo entre trabalhadores(as) do SUS e as comunidades tradicionais, agricultores(as) familiares e cuidadores(as) populares, para a promoção da saúde a partir da ecologia de saberes.
  • Identificar as iniciativas que tratam de saúde em experiências agroecológicas, sejam elas de manejo de agroecossistemas ou de práticas de cuidado em saúde e de educação.

Proposta pedagógica

A concepção pedagógica do curso é orientada por princípios formativos relacionados à ecologia de saberes (SANTOS, 2010) e à pedagogia da autonomia (FREIRE, 1996), por meio dos quais os participantes (alunos, tutores-docentes e comunitários) vivenciam experiências de ensino e aprendizagem que proporcionem o desenvolvimento de conhecimentos críticos promotores da saúde.

Galpão rústico com pessoas sentadas no chão em roda e uma pessoa em pé falando.

A ecologia de saberes postula que as linhas cartográficas "abissais" (novo e velho mundos) permanecem constitutivas das relações políticas e culturais excludentes no mundo contemporâneo. A injustiça social global está fortemente associada à injustiça cognitiva global, e a luta por justiça social global requer a construção de um pensamento "pós-abissal". Para isso, é necessário promover o diálogo entre vários saberes, visando a emancipação social (SANTOS, 2010).

Galpão rústico com pessoas sentadas no chão em roda e uma pessoa em pé falando.

A pedagogia da autonomia tem como premissas a ideia de que ensinar não é transferir conhecimento, mas, sim, respeito aos saberes do educando, à sua autonomia e ao pensamento crítico, assim como consciência de que a educação é uma forma de intervir no mundo (FREIRE, 2003).

A proposta pedagógica deste curso tem como base os seguintes princípios:

Seta superior apontando para a direita e seta inferior apontando para a esquerda

Troca de conhecimentos e experiências com os comunitários sobre tecnologias, métodos e ferramentas de promoção de territórios sustentáveis e saudáveis.

Seta apontada para baixo com um sinal de X por cima dela

Rompimento com a transmissão vertical de conhecimentos.

Ícone de dois balões de conversa

Promoção de diálogo com processos sociais, econômicos, produtivos e culturais.

Ícone de duas setas em sentido giratório, uma apontando para a palavra teoria e a outra para a palavra prática

Integração de práticas e saberes dos educandos, docentes e comunitários.

Com base nas experiências reais de construção de tecnologias sociais de agroecologia, o curso almeja integrar prática e teoria:

  • a prática e os saberes de quem está participando da formação;
  • a prática e os saberes dos comunitários, que serão os construtores das tecnologias sociais a serem implementadas; e
  • a prática e os saberes dos tutores-docentes do curso.

Espera-se que, dessa forma, ao vivenciarem momentos e dinâmicas construtivas com as comunidades tradicionais e os técnicos envolvidos, todos possam compreender e integrar em suas práticas as ações e técnicas de promoção da saúde.

Estrutura e dinâmica

A estrutura curricular e a dinâmica do curso pretendem promover a compreensão interdisciplinar e intersetorial da saúde e seus determinantes em territórios tradicionais, incentivar o diálogo entre saberes e capacitar para o emprego de tecnologias sociais na promoção da saúde. São estes os módulos que compõem o curso:

  • Determinação social da saúde, políticas intersetoriais, agroecologia e promoção da saúde
  • Saúde na agenda de desenvolvimento sustentável
  • Territórios sustentáveis e saudáveis
  • Tecnologias sociais para a promoção da saúde
Conheça a matriz curricular do curso
Módulos Módulo 1 –
Determinação social da saúde, políticas intersetoriais, agroecologia e promoção da saúde
Módulo 2 –
Saúde na agenda de desenvolvimento sustentável
Módulo 3 –
Territórios sustentáveis e saudáveis
Módulo 4 –
Tecnologias sociais para a promoção da saúde

Objetivo

Apresentar o processo histórico de estruturação do SUS e a adesão aos determinantes sociais da saúde como premissa, mostrando de que forma esses princípios atravessam as políticas públicas de maneira intersetorial.

Apresentar a abrangência global em relação à saúde, e de que forma esse debate tem desdobramentos na esfera local. Debater a pandemia da covid-19 no contexto de sistemas alimentares.

Refletir sobre o conceito de territórios sustentáveis e como as políticas de promoção da saúde se inserem nos contextos das comunidades tradicionais indígenas e quilombolas em diálogo com a Agenda 2030.

Mostrar a trajetória da agroecologia no mundo, com ênfase na América Latina, no Brasil e, mais especificamente, no Rio de Janeiro e na Costa Verde. Apresentar as comunidades tradicionais dessa região e as tecnologias sociais relacionadas à promoção da saúde, por meio do desenvolvimento da agroecologia nos agroecossistemas.

Temas abordados

• O SUS.

• Determinação social da saúde.

• Políticas intersetoriais: saúde em todas as políticas.

• Ecologia de saberes, saúde dos povos indígenas e quilombolas.

• Agroecologia: um novo paradigma para a promoção de territórios sustentáveis e saudáveis.

• A Agenda 2030, suas metas e indicadores.

• A agenda de desenvolvimento global, justiça e racismo ambiental.

• O global e o local na promoção da saúde: o uso dos bens naturais e a pandemia da covid-19.

• Agroecologia e saúde: princípios de ação-gênero, raça e classe.

• O que são territórios sustentáveis e saudáveis.

• As perspectivas territoriais e a determinação social do processo saúde-doença-cuidado.

• Experiências territoriais de agroecologia: conexões entre o direito à alimentação e a promoção da saúde.

• (Re)existências: saberes dos povos e cuidados com os territórios.

• Produção de conhecimentos coletivos e sistematização de experiências em agroecologia.

• Tecnologias sociais para a promoção da saúde e ação territorializada do OTSS.

• Incubação de tecnologias sociais no território.

• Tecnologias sociais em saúde: a experiência da agroecologia.

• A pesquisa ação participante, trabalho de campo, avaliação e próximos passos.

Saiba um pouco mais sobre os momentos pedagógicos mencionados no quadro:

Iniciaremos com um encontro síncrono, ocasião em que você irá conhecer a proposta e o cronograma do curso, com a oportunidade de entender melhor o tema e as discussões sobre agroecologia que pretendemos realizar ao longo dos três meses em que estaremos juntos.

Teremos também uma semana de ambientação e ao longo desses dias você poderá navegar pelo ambiente virtual de aprendizagem (AVA), experimentar algumas ferramentas e se familiarizar com esse espaço, no qual as atividades pedagógicas do curso estarão organizadas.

Além disso, será o momento para você conhecer e se apresentar aos demais colegas de turma e ao tutor-docente que o acompanharão nessa jornada.

Depois do 1º Webencontro, a interação entre o tutor-docente e os alunos será realizada pelo AVA.

No AVA, você terá acesso a conteúdos multimídia e a atividades que visam provocar reflexões, criando uma conexão entre os temas abordados e o contexto das atividades que você desenvolve no SUS e em seus outros locais e territórios de trabalho. A intenção é ampliar o entendimento sobre a relação entre agroecologia e saúde.

Você também terá acesso a um cronograma detalhado, que orientará sobre os prazos de realização das atividades, bem como sobre as datas de encontros síncronos e do encontro presencial.

O tutor-docente agendará webencontros com a turma para acompanhamento da aprendizagem. Ao final do curso, haverá ainda um encontro presencial em Paraty.

As atividades realizadas ao longo do 2º Momento subsidiam a construção de um Plano de Ação para Implementação de Tecnologia Social (Pats), cujo maior objetivo é fortalecer a atuação no território dos egressos do curso.

Após o estudo e o desenvolvimento das atividades no AVA, teremos um encontro presencial com atividades teóricas e práticas em Paraty, algumas em comunidades quilombolas e indígenas, com foco em tecnologias sociais em agroecologia. Essas atividades serão realizadas com a participação de comunitários e professores pesquisadores, em consonância com os princípios da ecologia de saberes.

Com base no Regulamento de Ensino da ENSP (ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA, 2016), aplica-se a regra de que o discente deve atingir, pelo menos, 75% (setenta e cinco por cento) de frequência em cada encontro nos momentos presenciais dos cursos a distância.

Avaliação

Neste curso, a avaliação é prioritariamente formativa, com foco no processo de construção do conhecimento e no desenvolvimento das capacidades necessárias à atuação profissional, buscando sempre valorizar as vivências pessoais e profissionais do aluno. Vejamos alguns aspectos relevantes à sua avaliação:

Ícone de uma cabeça aberta com várias engrenagens saindo de dentro

As atividades propostas são consideradas chaves para acompanhar o seu desenvolvimento. São momentos reflexivos, de confronto de ideias, saberes e embates sobre determinadas questões que possibilitam evidenciar a riqueza inerente à produção social do conhecimento.

Ícone de check

Seu desempenho nas atividades, presenciais e a distância, receberá comentários do tutor-docente que serão registrados no AVA. Não será atribuído nota/conceito para cada atividade em particular, mas, sim, uma nota final, referente ao conjunto de produções desenvolvidas ao longo do curso, de modo a abarcar o seu processo formativo como um todo.

Ícone de uma lupa em cima de documentos

Para analisar seu desempenho nas atividades, e no curso em sua totalidade, serão observados os seguintes aspectos:

  • coerência e capacidade de argumentação na discussão das questões relacionadas ao conteúdo do curso;
  • reflexão sobre experiências e práticas, articulando-as à base teórica trabalhada, para ampliar a compreensão sobre o seu contexto de trabalho (fundamentação teórica e análise crítica da realidade); 
  • comprometimento com a execução do cronograma do curso, uma forma de expressar a corresponsabilidade e pactuação coletiva.

A sua nota final do curso (0,0 a 10,0), lançada pelo tutor-docente, será convertida automaticamente em conceito – A, B, C ou D –, obedecendo à equivalência estabelecida no Regulamento de Ensino da ENSP (ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA, 2016), apresentada a seguir.

Notas

Conceitos

9,0 a 10,0

A (excelente)

7,5 a 8,9

B (bom)

6,0 a 7,4

C (regular)

0,0 a 5,9

D (insuficiente)

De acordo com as normas acadêmicas, você terá de alcançar, no mínimo, nota seis para obter o certificado de conclusão de curso.

Lutar pela igualdade
sempre que as diferenças nos discriminem;
Lutar pelas diferenças
sempre que a igualdade nos descaracterize.

Boaventura de Sousa Santos (2010).

Onde quer que haja mulheres e homens,
há sempre o que fazer,
há sempre o que ensinar,
há sempre o que aprender.

Paulo Freire (2003).

Referências

ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA. Regulamento dos Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu e de Qualificação Profissional [...]. Rio de Janeiro: ENSP, 2016.​ Disponível em: http://informe.ensp.fiocruz.br/assets/anexos/3235d9c9c01cedb76937622696b9ad5e9aeddbdb.PDF. Acesso em: 27 mar. 2022.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz & Terra, 2003.

SANTOS, B. S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SANTOS, B. S.; MENEZES, M. P. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

Créditos

Ministério da Saúde

Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz

Presidente
Nísia Trindade Lima

Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – ENSP
Marco Antonio Carneiro Menezes

Vice-Diretora de Ensino – VDE/ENSP
Enirtes Caetano Prates Melo

Vice-Presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde – VPAAPS
Hermano Albuquerque de Castro

Coordenadores-Gerais do Programa de Desenvolvimento de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina
Edmundo de Almeida Gallo
Vagner Nascimento

Coordenador de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância – CDEAD/ENSP
Mauricio De Seta



Curso Saúde em Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Agroecologia

Coordenadores
Edmundo de Almeida Gallo
Sidélia Silva

Assessores pedagógicos na criação e desenvolvimento de processos educativos e materiais didáticos
Ana Paula Abreu-Fialho
Fabio Peres

Assessores pedagógicos na formação docente
Diogo Cesar Nunes
Maria Angélica Costa

Produção do material didático digital

Desenho instrucional
Ana Paula Abreu-Fialho
Fabio Peres

Revisão de texto/copidesque
Sonia Kritz

Revisão de referências/normalização
Maria Auxiliadora Nogueira

Revisão editorial
Andréia Amaral

Identidade visual
Tiê Passos

Projeto gráfico e desenvolvimento
Rejane Megale Figueiredo

Ilustrações
Tiê Passos

Como referenciar esta obra, segundo a ABNT:
FIOCRUZ. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância. Informações sobre o curso Tecnologias Sociais em Agroecologia. Rio de Janeiro: CDEAD/Fiocruz, 2022. 1 recurso eletrônico. Material didático digital.

ISBN: 978-85-8432-085-1

Material elaborado de acordo com a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz. Os textos desta obra podem ser copiados e compartilhados, desde que não sejam utilizados para fins comerciais, seja citada a fonte e atribuídos os devidos créditos.

2022
Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (CDEAD/ENSP)

Rua Leopoldo Bulhões, 1480 – Prédio Professor Joaquim Alberto Cardoso de Melo
Manguinhos – Rio de Janeiro – RJ
CEP 21041-210
http://www.ead.fiocruz.br

Logotipos: Fórum de Comunidades Tradicionais (Angra, Parati e Ubatuba); Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina; EAD; ENSP (Escola Nacional Sérgio Arouca); Fiocruz; SUS; Ministério da Saúde e Governo Federal