No Curso Saúde e Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Agroecologia vamos conversar sobre a relação da agroecologia com a promoção da saúde em comunidades quilombolas, caiçaras e indígenas, visando maior compreensão da intersetorialidade entre saúde, agroecologia e bem viver.
Será apresentada a experiência da Incubadora de Tecnologias Sociais do OTSS na Bocaina, que permitiu a melhoria da capacidade produtiva, organizativa e de articulação dos produtores agroecológicos nesse território. Como resultado desse trabalho, temos a valorização da produção da biodiversidade local, o fortalecimento de produtores agroecológicos no fornecimento para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e distribuição de alimentos agroecológicos para a composição de cestas básicas doadas a diversas comunidades tradicionais durante a pandemia.
Assista ao vídeo que explica um pouco mais sobre as premissas para a construção desta proposta de capacitação, que é fruto de uma parceria entre o Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis (OTSS), a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) e a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), todos da Fiocruz.
O curso é destinado a trabalhadores da saúde e de áreas correlatas que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS), em municípios, áreas periurbanas, áreas rurais, comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outras) e áreas vulneráveis; pesquisadores e gestores da saúde; membros da sociedade civil organizada que atuam na relação entre saúde e agroecologia. Foi pensado para contemplar alunos de diversos níveis de formação: fundamental, médio e superior.
O objetivo geral do curso é sensibilizar e capacitar o público para a construção de territórios sustentáveis e saudáveis, por meio de tecnologias sociais da agroecologia, visando a promoção da saúde e a sustentabilidade ambiental.
Objetivos específicos
A concepção pedagógica do curso é orientada por princípios formativos relacionados à ecologia de saberes (SANTOS, 2010) e à pedagogia da autonomia (FREIRE, 1996), por meio dos quais os participantes (alunos, tutores-docentes e comunitários) vivenciam experiências de ensino e aprendizagem que proporcionem o desenvolvimento de conhecimentos críticos promotores da saúde.
A ecologia de saberes postula que as linhas cartográficas "abissais" (novo e velho mundos) permanecem constitutivas das relações políticas e culturais excludentes no mundo contemporâneo. A injustiça social global está fortemente associada à injustiça cognitiva global, e a luta por justiça social global requer a construção de um pensamento "pós-abissal". Para isso, é necessário promover o diálogo entre vários saberes, visando a emancipação social (SANTOS, 2010).
A pedagogia da autonomia tem como premissas a ideia de que ensinar não é transferir conhecimento, mas, sim, respeito aos saberes do educando, à sua autonomia e ao pensamento crítico, assim como consciência de que a educação é uma forma de intervir no mundo (FREIRE, 2003).
A proposta pedagógica deste curso tem como base os seguintes princípios:
Troca de conhecimentos e experiências com os comunitários sobre tecnologias, métodos e ferramentas de promoção de territórios sustentáveis e saudáveis.
Rompimento com a transmissão vertical de conhecimentos.
Promoção de diálogo com processos sociais, econômicos, produtivos e culturais.
Integração de práticas e saberes dos educandos, docentes e comunitários.
Com base nas experiências reais de construção de tecnologias sociais de agroecologia, o curso almeja integrar prática e teoria:
Espera-se que, dessa forma, ao vivenciarem momentos e dinâmicas construtivas com as comunidades tradicionais e os técnicos envolvidos, todos possam compreender e integrar em suas práticas as ações e técnicas de promoção da saúde.
A estrutura curricular e a dinâmica do curso pretendem promover a compreensão interdisciplinar e intersetorial da saúde e seus determinantes em territórios tradicionais, incentivar o diálogo entre saberes e capacitar para o emprego de tecnologias sociais na promoção da saúde. São estes os módulos que compõem o curso:
Saiba um pouco mais sobre os momentos pedagógicos mencionados no quadro:
Iniciaremos com um encontro síncrono, ocasião em que você irá conhecer a proposta e o cronograma do curso, com a oportunidade de entender melhor o tema e as discussões sobre agroecologia que pretendemos realizar ao longo dos três meses em que estaremos juntos.
Teremos também uma semana de ambientação e ao longo desses dias você poderá navegar pelo ambiente virtual de aprendizagem (AVA), experimentar algumas ferramentas e se familiarizar com esse espaço, no qual as atividades pedagógicas do curso estarão organizadas.
Além disso, será o momento para você conhecer e se apresentar aos demais colegas de turma e ao tutor-docente que o acompanharão nessa jornada.
Depois do 1º Webencontro, a interação entre o tutor-docente e os alunos será realizada pelo AVA.
No AVA, você terá acesso a conteúdos multimídia e a atividades que visam provocar reflexões, criando uma conexão entre os temas abordados e o contexto das atividades que você desenvolve no SUS e em seus outros locais e territórios de trabalho. A intenção é ampliar o entendimento sobre a relação entre agroecologia e saúde.
Você também terá acesso a um cronograma detalhado, que orientará sobre os prazos de realização das atividades, bem como sobre as datas de encontros síncronos e do encontro presencial.
O tutor-docente agendará webencontros com a turma para acompanhamento da aprendizagem. Ao final do curso, haverá ainda um encontro presencial em Paraty.
As atividades realizadas ao longo do 2º Momento subsidiam a construção de um Plano de Ação para Implementação de Tecnologia Social (Pats), cujo maior objetivo é fortalecer a atuação no território dos egressos do curso.
Após o estudo e o desenvolvimento das atividades no AVA, teremos um encontro presencial com atividades teóricas e práticas em Paraty, algumas em comunidades quilombolas e indígenas, com foco em tecnologias sociais em agroecologia. Essas atividades serão realizadas com a participação de comunitários e professores pesquisadores, em consonância com os princípios da ecologia de saberes.
Com base no Regulamento de Ensino da ENSP (ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA, 2016), aplica-se a regra de que o discente deve atingir, pelo menos, 75% (setenta e cinco por cento) de frequência em cada encontro nos momentos presenciais dos cursos a distância.
Neste curso, a avaliação é prioritariamente formativa, com foco no processo de construção do conhecimento e no desenvolvimento das capacidades necessárias à atuação profissional, buscando sempre valorizar as vivências pessoais e profissionais do aluno. Vejamos alguns aspectos relevantes à sua avaliação:
As atividades propostas são consideradas chaves para acompanhar o seu desenvolvimento. São momentos reflexivos, de confronto de ideias, saberes e embates sobre determinadas questões que possibilitam evidenciar a riqueza inerente à produção social do conhecimento.
Seu desempenho nas atividades, presenciais e a distância, receberá comentários do tutor-docente que serão registrados no AVA. Não será atribuído nota/conceito para cada atividade em particular, mas, sim, uma nota final, referente ao conjunto de produções desenvolvidas ao longo do curso, de modo a abarcar o seu processo formativo como um todo.
Para analisar seu desempenho nas atividades, e no curso em sua totalidade, serão observados os seguintes aspectos:
A sua nota final do curso (0,0 a 10,0), lançada pelo tutor-docente, será convertida automaticamente em conceito – A, B, C ou D –, obedecendo à equivalência estabelecida no Regulamento de Ensino da ENSP (ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA, 2016), apresentada a seguir.
Notas
Conceitos
9,0 a 10,0
A (excelente)
7,5 a 8,9
B (bom)
6,0 a 7,4
C (regular)
0,0 a 5,9
D (insuficiente)
De acordo com as normas acadêmicas, você terá de alcançar, no mínimo, nota seis para obter o certificado de conclusão de curso.
Lutar pela igualdade
sempre que as diferenças nos discriminem;
Lutar pelas diferenças
sempre que a igualdade nos descaracterize.
Boaventura de Sousa Santos (2010).
Onde quer que haja mulheres e homens,
há sempre o que fazer,
há sempre o que ensinar,
há sempre o que aprender.
Paulo Freire (2003).
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA. Regulamento dos Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu e de Qualificação Profissional [...]. Rio de Janeiro: ENSP, 2016. Disponível em: http://informe.ensp.fiocruz.br/assets/anexos/3235d9c9c01cedb76937622696b9ad5e9aeddbdb.PDF. Acesso em: 27 mar. 2022.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz & Terra, 2003.
SANTOS, B. S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SANTOS, B. S.; MENEZES, M. P. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.
Ministério da Saúde
Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz
Presidente
Nísia Trindade Lima
Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – ENSP
Marco Antonio Carneiro Menezes
Vice-Diretora de Ensino – VDE/ENSP
Enirtes Caetano Prates Melo
Vice-Presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde – VPAAPS
Hermano Albuquerque de Castro
Coordenadores-Gerais do Programa de Desenvolvimento de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina
Edmundo de Almeida Gallo
Vagner Nascimento
Coordenador de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância – CDEAD/ENSP
Mauricio De Seta
Curso Saúde em Territórios Tradicionais: Tecnologias Sociais em Agroecologia
Coordenadores
Edmundo de Almeida Gallo
Sidélia Silva
Assessores pedagógicos na criação e desenvolvimento de processos educativos e materiais didáticos
Ana Paula Abreu-Fialho
Fabio Peres
Assessores pedagógicos na formação docente
Diogo Cesar Nunes
Maria Angélica Costa
Produção do material didático digital
Desenho instrucional
Ana Paula Abreu-Fialho
Fabio Peres
Revisão de texto/copidesque
Sonia Kritz
Revisão de referências/normalização
Maria Auxiliadora Nogueira
Revisão editorial
Andréia Amaral
Identidade visual
Tiê Passos
Projeto gráfico e desenvolvimento
Rejane Megale Figueiredo
Ilustrações
Tiê Passos
Como referenciar esta obra, segundo a ABNT:
FIOCRUZ. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância. Informações sobre o curso Tecnologias Sociais em Agroecologia. Rio de Janeiro: CDEAD/Fiocruz, 2022. 1 recurso eletrônico. Material didático digital.
ISBN: 978-85-8432-085-1
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2022
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