Ações de resposta do setor saúde aos desastres e emergências
A etapa de resposta do setor saúde compreende as ações e articulações governamentais e não governamentais a serem desenvolvidas para o manejo da emergência, minimizando os riscos, danos, efeitos e reduzindo, ao máximo, suas consequências sobre a saúde e condições de vida da população.
Dentre as responsabilidades e ações específicas do setor saúde nas emergências e desastres, destacam-se:
- Ativar a coordenação e a tomada de decisões, envolvendo ações como: 1) reunir o COE-Saúde, incluindo as diferentes áreas técnicas e as diferentes esferas do SUS quando for o caso; 2) analisar as informações sobre os impactos do evento para a saúde pública e tomar decisões, bem como monitorar as ações realizadas; 3) articular as ações intrasetorialmente e intersetorialmente, bem como solicitar apoio das outras esferas do SUS e outros atores governamentais e não governamentais.
- Estruturar e oferecer atenção em saúde aos atingidos, envolvendo ações como: 1) atenção pré-hospitalar e hospitalar para os doentes, feridos, lesionados e intoxicados, bem como saúde mental; 2) preparar e reforçar as capacitações sobre as manifestações clínicas das exposições aos agentes, diagnósticos, tratamentos, reabilitação, grupos de risco e fluxo assistencial.
- Coordenar a rede de urgências e emergências, bem como os serviços de apoio entre os diferentes níveis de atenção, envolvendo ações como: 1) realizar os contatos necessários entre as diferentes instituições de saúde que integram a rede de saúde, de modo a garantir aos atingidos a atenção nos níveis requeridos; 2) coordenar a atenção pré-hospitalar, os traslados e envios de amostras; 3) coordenar os serviços de apoio, como laboratórios, bancos de sangue, diagnósticos por imagens, assistência farmacêutica, resíduos hospitalares, entre outros.
- Avaliar o impacto na saúde pública e na rede de serviços, bem como controlar a morbidade, mortalidade e fatores de riscos associados, envolvendo ações como: 1) coletar e manter atualizadas, com dados e informes de campo e de outras instituições, as informações epidemiológicas e de avaliação de danos; 2) fortalecer a sala de situação para a sistematização e análise dos dados, informes e informações, de modo a produzir subsídios para a tomada de decisões; 3) garantir a adequação de um sistema de vigilância em saúde adequado às exigências impostas pelo tipo, características e cenários envolvendo a emergência ou desastre em saúde pública; 4) estabelecer e avaliar os níveis de impactos nos serviços de saúde, nas capacidades de resposta do setor saúde (atenção, vigilância, controle de vetores, entre outros), nos serviços como água e saneamento, nas condições de higiene e saúde nos abrigos, na alimentação, entre outros.
- Coordenar e apoiar as necessidades operacionais das respostas, envolvendo ações como: 1) organizar o sistema de suprimento de insumos, medicamentos e elementos de apoio à emergência e desastre; 2) organizar as doenças e mobilizar os recursos e suprimentos de acordo com as necessidades.
- Estabelecer medidas rápidas de reorganização da rede de saúde, envolvendo ações como: 1) alocar os recursos materiais e humanos para garantir o funcionamento dos serviços de saúde necessários; 2) realizar a reabilitação rápida do acesso e dos estabelecimentos atingidos por um desastre, garantindo as ações de atenção e vigilância em saúde necessárias para a população atingida.
- Estruturar estratégias de comunicação, mobilização e publicidade, envolvendo ações como: 1) informações sobre medidas de proteção e prevenção que devem ser adotadas sobre o consumo de água e alimentos ou relacionadas à redução da exposição aos contaminantes, vetores ou outros agentes perigosos, por exemplo; 2) textos com perguntas e respostas relacionadas à exposição aos agentes perigosos ou doenças e sobre que serviços devem ser procurados; 3) interação com os meios de comunicação e mídia em geral, durante um desastre ou emergência em saúde pública; 4) elaboração de boletins periódicos para disponibilizar informação nos meios de comunicação; 5) monitoramento de rumores na mídia e de fake news para produzir respostas rápidas relacionadas às informações corretas sobre o evento e seus riscos à saúde.
As ações de resposta do setor saúde em situações de desastres e emergências devem ser planejadas e implementadas tendo como base a avaliação de danos e necessidades da população afetada e a capacidade de resposta local.
Além disso, para garantir o acesso aos serviços de saúde, é essencial:
- identificar os grupos vulneráveis e suas necessidades especiais;
- organizar serviços para melhorar o acesso dos grupos vulneráveis;
- envolver membros da comunidade e outros grupos na avaliação inicial e no desenvolvimento de ações de intervenção.