
Neste Módulo 4, conhecemos a importância de se obter informações seguras e precisas para análise de situação durante emergências e desastres em saúde pública. Associadas às informações, estratégias de comunicação de risco são fundamentais para gerir casos não previsíveis durante todas as fases do processo de gestão de risco. É importante lembrar que, mesmo antes da emergência se instaurar, informações locais e plano de comunicação são fundamentais para respaldar o trabalho das equipes de saúde.
Ouça o áudio Informação e comunicação de riscos, do pesquisador Carlos Machado (ENSP/Fiocruz), para relembrar os principais aspectos do assunto:
Em síntese, durante todo o processo de comunicação de riscos, as informações devem ser atualizadas diariamente, mediante a produção boletins e informes. Em situações de desastres e outras Emergências em Saúde Pública, deve-se fornecer informações sistematizadas e analisadas de modo ágil. Impactos sobre a saúde da população e áreas atingidas, danos à infraestrutura e as necessidades de saúde que estão colocadas, bem como as capacidades de respostas e ações do setor saúde devem estar claramente apresentadas e disponíveis.
A comunicação nessa fase deve ser bem estruturada, clara e transparente, bem como coerente com as ações realizadas pelo setor saúde em sua relação com outros setores. A comunicação é um dos pontos essenciais para o processo de gestão de riscos e não só deve permear todas as fases, como ser muito bem trabalhada, pois nos dias atuais, não só os setores governamentais produzem informações sobre os desastres e as Emergências em Saúde Pública, mas inúmeros outros atores também vêm se colocando ativamente neste processo.
Por sua extrema importância na gestão de riscos, não pode ser deixada para ser trabalhada somente nas situações de crise, de modo que é um componente muito importante na etapa de preparação, sendo planejada e organizada para ser colocada em prática na fase de resposta pelo COE-Saúde.
Em linhas gerais, a comunicação deve criar um fluxo de informações entre: diferentes áreas do setor saúde; o setor saúde e demais setores envolvidos na resposta ao desastre e Emergências em Saúde Pública; o setor saúde e a população; o setor saúde e a imprensa. Para cada público que se pretende atingir, há necessidade de escolher a melhor estratégia e quais profissionais estão preparados para se responsabilizar pela comunicação.
Os materiais educativos, por exemplo, como cartilhas, panfletos, folders devem trazer mensagens seguras e coerentes com as ações, com linguagem adequada para cada público, ilustrações condizentes com o propósito da comunicação e de fácil entendimento.
Um processo de comunicação inadequado pode inviabilizar todo o trabalho desenvolvido, bem como provocar descrédito e insegurança. É importante ressaltar que a comunicação com a imprensa deve respeitar níveis hierárquicos definidos e acordados previamente. Em geral, em situações muito graves e de alto risco, a autoridade máxima do setor saúde deve ficar responsável por ser o porta-voz da comunicação.
A mídia tem grande poder de influência sobre a população e alto grau de difusão das informações que dela partem. Por isso, a informação transmitida pela imprensa deve ser confiável, no sentido de deixar a população ciente dos riscos. A confiança na informação é a peça-chave para evitar agravamento de problemas em situação de desastre e outras Emergências em Saúde Pública. Sendo assim, é importante que os profissionais de saúde estejam cientes da importância da comunicação ágil e segura e utilizem estratégias comunicativas previstas nos planos de preparação.
(Adaptado do curso Gestão Local na Atenção Básica – UNIFESP, 2016)
Departamento de Saúde Ambiental, do Trabalhador e Vigilância das Emergências da Saúde Pública